Rio de Janeiro – Nenhuma surpresa para mim a "pole position" de Lula na próxima eleição. Não havendo fato novo, ele vai encaçapar mais um mandato. Isso está longe de significar que fez por merecer uma nova investidura.

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Sabemos que Lula não é inocente nos casos de corrupção que vieram à tona recentemente. Nelson Rodrigues diria que até as cotias do Campo de Santana, aqui no Rio, sabem que ele é o responsável principal por tudo o que houve em matéria de corrupção. Como explicar, então, o seu favoritismo que tende a crescer, entre outros motivos, por falta de concorrentes categorizados? A explicação é simples. Nos últimos quatro anos não houve brasileiro com maior índice de exposição nas diversas mídias do que o presidente da República.

Para o eleitorado esclarecido, 25% ou 30% da população, a exposição pode ter sido até negativa. Mas para o grosso do eleitorado a exposição é tudo, torna determinado cidadão conhecido de outros ou de todos os cidadãos. Uma regra não-escrita garante que a relação candidato-eleitor se apóia basicamente no conhecimento.

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E Lula vem de longe. Desde o tempo das lutas sindicais, passando pelas eleições que perdeu e pelos três anos e meio em que apareceu na mídia mais do que Ronaldinho Gaúcho ou qualquer outro artista da tevê. Não há brasileiro que não o conheça ou o confunda com outros personagens de nossa vida pública. Bom ou mau não importa.

Tenho experiência no assunto. Há tempos fui entrevistado no programa de Roberto D’Ávila sobre literatura e amenidades. No dia seguinte, fui abordado por um desconhecido que declarou que votaria em mim para o que fosse, vereador, deputado, senador, governador, o escambau. O programa durou 30 minutos. Se demorasse mais, até para papa ele votaria em mim.