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Muito boa a posição de Plínio Fraga ao comentar o "microtargeting", recurso tecnológico que abastece políticos para apresentar projetos de governo. Ao visitar cada reduto eleitoral, o candidato recebe microalvos, baseados em modelos matemáticos e computadores. São levantamentos atualizados da região a ser visitada, criando um cenário favorável à campanha.

A opinião geral é que Barack Obama usou com seriedade este instrumento tecnológico. Até mesmo o seu sorriso poderia ter sido uma exigência do marketing eletrônico. De qualquer forma, não chega a ser novidade. Em campanhas pré-internet, as equipes de apoio providenciavam levantamentos das regiões visitadas – é bem verdade que na base de releases nem sempre confiáveis.

Em 1993, acompanhei como jornalista a campanha dos presidenciáveis daquele ano, inclusive a de Lula, em suas andanças pelo Rio e por São Paulo. Havia um enorme e confortável ônibus, com ar refrigerado e vídeos que mostravam a próxima etapa a ser trabalhada. O recurso impedia gafes e municiava o candidato com informações sobre a comunidade local.

Dou um salto no tempo e relembro a campanha de JK para a Presidência, em 1955. O avião da comitiva teve um problema e fez uma escala imprevista em Jataí (Goiás). Aproveitando a espera, foi providenciado um comício relâmpago para alguns poucos que por acaso estavam nas imediações da pista. Um deles perguntou se o candidato cumpriria a Constituição (1946), que previa a construção de uma nova capital naquela região.

Surpreendido, JK disse que sim. Ele já tinha um programa de 30 metas elaborado por sua equipe técnica. Acrescentou mais uma, a que chamou de "meta síntese": Brasília.

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