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Apesar dos esforços da mídia, pelo menos até agora não houve a mobilização popular, tampouco apareceram os caras-pintadas para exigir moralidade e compostura no Senado Federal. Grupos esparsos e irrisórios aparecem nos jornais e nas tevês, mas nada que faça lembrar a onda que acabou provocando o impedimento de Collor – por sinal, novamente na berlinda, por conta de um olhar que assustou o Pedro Simon e mostrou que o ex-presidente veio para ficar.

Os entendidos, que também sempre aparecem nessas horas, explicam que no caso anterior houve a militância do PT, com decantada eficiência em lances de rua. Desta vez, o partido do governo, além de rachado, tem interesse direto na questão. Tanto Sarney como Renan e Collor, os icebergs da crise, são agora aliados de Lula e pretensos aliados, no futuro, da candidatura de Dilma Rousseff.

Nota-se, nas poucas fotos dos novos e minguados caras-pintadas, o esforço de uma produção para fotos que a mídia escassamente divulga, tentando animar o movimento, provando que ela, a mídia, é o poder supremo que norteia a sociedade e estabelece a pauta da vida nacional.

A verdade, pelo menos até esta metade de agosto, é que todos lamentam e se entristecem com o que houve e está havendo no Senado, mas nem mesmo o Cristovam Buarque levou adiante a ideia do plebiscito sobre o fechamento daquela casa legislativa. Mas a plebe rude, vale dizer, o povo em sua maioria, não embarcou ainda no tsunami moralista que basicamente é de setores da classe média, a mais influenciada pela mídia.

Bem ou mal, de uma forma ou de outra, as coisas se arrumarão no Senado e na opinião pública, mostrando que a classe política é hábil em fazer pizzas. E as demais classes entram com a boca para devorá-las.

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