Rio de Janeiro O ideal seria a desnecessidade da negociação. Numa situação concreta, como a do confronto entre o PCC e o Estado na semana passada, o recurso de um compromisso não seria novidade. No varejo, em casos isolados houve negociação, que não impediu a prisão e a punição dos bandidos, como no episódio dos seqüestros de Abílio Diniz e Sílvio Santos.
Toda vez que estoura um caso igual, a primeira atitude das autoridades é declarar que não haverá negociação com os bandidos. Uma atitude de macho, que coloca a primazia da ordem acima de tudo, dando a entender que o sacrifício de vidas é o preço que se deve pagar para garantir a soberania do Estado.
Bem verdade que o Estado é quase uma abstração, uma pessoa jurídica. Quem sangra nas ruas são pessoas físicas. O Estado tem muito a perder, para não dizer que tem tudo a perder, uma vez que vê contestada a sua autoridade legal e moral.
O cidadão que tem a sua casa invadida, se reage com arma na mão, será sacrificado. Ele tentará negociar a própria vida e a vida de sua família, na base do leva isso ou aquilo. Mais tarde procurará recuperar o que lhe foi roubado e tomará medidas para que sua casa não sofra novo assalto O Estado faria o mesmo, principalmente na tomada de medidas que impeçam o novo confronto.
Como nas guerras, o confronto (Estado x PCC) só acabará com a vitória de um dos lados. Vencerá o mais forte e o mais inteligente.
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