Rio de Janeiro – Vejo alguma luz no fim do túnel da crise no transporte aéreo. Nada relevante ainda. Mas qualquer marcha de cem quilômetros começa com alguns centímetros do primeiro passo. Foi preciso que o novo ministro da Defesa tivesse 1,90 m de altura para termos a esperança de uma distância maior entre os assentos dos aviões – que o pessoal do setor insiste em chamar de aeronaves.

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Dois desastres fatais em pouco tempo, greves, atrasos monumentais, turbinas com reversores travados, controladores de vôo exaustos, pistas pequenas e escorregadias – tudo isso ficará para uma segunda etapa, provavelmente para o Mangabeira Unger resolver, são questões que requerem planejamentos a longuíssimo prazo.

Por ora, mudou-se o ministro de Defesa e ao menos uma reivindicação pessoal ele já externou: quer espaço maior para colocar confortavelmente seus quase dois metros de altura. E as companhias não terão dificuldades de atendê-lo. Poderão aumentar o espaço das duas ou três primeiras fileiras, bastando tirar dois centímetros das demais, destinadas ao padrão médio do brasileiro, que mal chega a metro e setenta.

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O presidente Lula tem menos altura do que isso, mas é um gigante "honoris causa": dispõe de uma suíte inteira para viajar. E seu avião nunca tem o reversor travado – dá um trabalhão substituir presidente da República, todo o cuidado é pouco em seus muitos deslocamentos aéreos.

Antigamente, havia o céu de brigadeiro. Já temos agora o céu do Lula. Breve teremos o céu do ministro da Defesa. De todas as medidas que ele anunciou e ameaçou tomar, a única que parece ser um pleito pessoal foi a do espaço entre os assentos. O próximo passo será a proibição do reversor travado toda vez que sua excelência viajar em defesa do Brasil.