Antecipar o futuro! Essa é uma possibilidade que nos fascina. Homens e mulheres disputam o privilégio de ter o conhecimento antecipado dos acontecimentos. Alguns recorrem às cartas, outros buscam respostas nos horóscopos; e há também quem utilize búzios ou videntes. Qual então será o perfil do futuro prefeito?

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Ele/ela não poderá viver unicamente da memória, pois a cidade que vive apenas da memória é uma cidade fantasma. É preciso, porém, que cultive lições da história, pois uma cidade sem memória não tem rumo. E uma cidade com memória é uma cidade sábia.

Deverá estar consciente de que a cidade não tem dono, mas tampouco é terra de ninguém. Deverá se preocupar com a alma do povo, dedicando-se às obras para o povo, mas não poderá jamais esquecer de compartilhar com alma as suas obras.

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Deverá ter solidariedade com os miseráveis e os humildes, pois isso conforta o coração dos seres humanos. Suas ações deverão se estender para além das intenções, por isso o homem deverá ser o sujeito e objeto do planejamento, que deverá produzir resultados práticos.

O respeito ao cidadão deverá estar presente entre as suas prioridades; o tempo perdido na fila da maternidade, da escola, do ônibus, da previdência e da imprevidência deverá encontrar no/a eleito/a um adversário constante.

Suas leis deverão se preocupar com o básico, o essencial. Seus auxiliares deverão ser preparados e estimulados a tomar decisões, não a ser prisioneiros da lógica fria dos computadores, embora devam saber fazer uso delas.

As escolas não serão mágicas. Poderão ser chamadas de integrais, públicas ou privadas; mas deverão ter carteiras e professores exercendo a profissão com dignidade. Hão de ser um lugar opção dos mais pobres, dos menos pobres e também dos ricos.

A saúde do povo deverá preocupar o/a prefeito/a.

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Para isso terra, ar, água e todos os bens da natureza serão preservados da ação predadora de quem não os respeita – e recuperados por medidas de saneamento básico.

Os doutores cuidarão da alma e do corpo dos cidadãos. E a miséria será combatida com a multiplicação do emprego.

O/a prefeito/a não poderá ser omisso, mesmo sabendo que a solução da moradia está na riqueza dos campos. O equilíbrio da casa própria será perseguido pela criação de instrumentos que promovam a comunicação entre as necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade.

A harmonia de convivência será garantida pela vocação de cada vizinho. Quem produz batata deverá ser incentivado para produzir mais batata; o que planta verdura, que plante mais verdura; e aquele que industrializa produtos, que multiplique os empregos.

Que haja estímulo à criatividade individual e desenvolvimento das artes. Esse é o caminho para cruzar o deserto de idéias. E na nossa cidade este terreno é extremamente fértil.

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Ele/ela não deverá ser um Frankenstein gerado por mago de marketing político. Será o/a cidadão/a que recebeu a maioria de votos. Por isso, sempre é bom lembrar: vote bem. Vote consciente.

Luiz Cláudio Mehl é presidente do Instituto de Engenharia do Paraná.