RIO DE JANEIRO Mas gostaria de dar um depoimento pessoal sobre o caso, uma vez que passei e continuo passando por transe igual. Em 2004, num exame de rotina, descobriram no meu maltratado corpo pasto de espantos um linfoma não Hodgkin semelhante ao que foi detectado na axila ministerial.
Fiz o que deveria fazer: tratei-me e continuo me tratando, beneficiando-me dos avanços que a medicina agora oferece. Os recursos de hoje são fabulosos, desde que o diagnóstico seja feito precocemente. A quimioterapia não é mais devastadora. Na realidade, e apesar de mais idoso do que a ministra, continuei trabalhando normalmente, dando conta de oito crônicas semanais, participações diárias na CBN e na Bandnews, encargos na ABL e eventos para os quais era convidado. Sinto um certo cansaço, mas isso não é novidade para quem já nasceu cansado.
Só mais tarde, e não por conselho médico, mas por decisão pessoal, diminuí pela metade minha carga de trabalho. No mesmo caso, encontrei dezenas de pessoas nas clínicas de oncologia submetendo-se ao mesmo tratamento, levando a vida normalmente e, aos poucos, obtendo a cura radical da doença.
Descoberto a tempo e tratado adequadamente, o câncer não é mais uma doença fatal. Claro que a cabeça, como em tudo o mais, tem papel importante na cura. No meu entender, dona Dilma não deve pendurar as chuteiras. Deve ir em frente, com tudo a que tem direito, inclusive o de continuar candidata.