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Só para dar um exemplo. Quando Napoleão viu que um motor a vapor podia ser melhor, mais rápido e mais seguro do que o vento, que até então impulsionava os navios, esnobou solenemente a tecnologia nascente, chamou o inventor de charlatão e ficou na dele. A Inglaterra logo se tornaria o império que dominaria os mares e destruiria o império napoleônico. Moral da história: não se deve pichar e muito menos recusar os avanços da técnica.

No jogo contra a seleção do Egito, o juiz ia deixando passar um pênalti, que só foi marcado com o auxílio de um quarto árbitro, que usou um recurso tecnológico – daí resultando a vitória do Brasil por 4 a 3. O advento do videoteipe já colocou os juízes de futebol em crise, sobretudo na marcação de impedimentos, que podem ser esclarecidos em cima do lance.

Pergunta: até que ponto a tecnologia mudará não as regras do jogo, mas a garantia de que elas estão sendo cumpridas em campo? Será um mal ou um bem? Questão em aberto. A tecnolatria, com a assombrosa colaboração da era digital, fará mesmo o mundo melhor?

Pulando de Napoleão e do jogo com o Egito: o recente desastre com o avião da Air France mostrou que o aparelho, na hora do acidente, estava totalmente entregue aos computadores, que recebiam e interpretavam informações erradas e, ao que parece, levaram os pilotos a um procedimento que matou mais de 200 pessoas.

No filme de Kubrick ("2001 – Uma odisseia no espaço"), um supercomputador adquire sentimentos humanos (ciúme, medo de ser desligado) e interfere na ação programada. Hipótese: um sistema tecnologicamente avançado pode criar um computador humanizado a ponto de torcer pelo Corinthians ou pelo Flamengo e interferir no resultado de uma partida ou de um campeonato mundial.

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