Rio de Janeiro – Minha curiosidade não é suficiente para saber em todos os detalhes o que está rolando nas altas esferas da vida pública nacional, entupidas por dois casos paralelos que estão emocionando ao mesmo tempo a mídia, a política e a polícia.

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Como aquelas caixinhas japonesas, uma dentro da outra, dando a impressão de que nunca acabam, os fatos se desdobram, uns dentro de outros, numa fartura que aos poucos vai cansando até mesmo os que se declaram cansados e criaram o movimento do "cansei".

Bem verdade que houve o PAN e o acidente com o Airbus, que criou uma provisória trégua no noticiário. Mas voltamos ao leito natural dos escândalos envolvendo os mensaleiros e o presidente do Senado. Procurar novidade num ou noutro é difícil. Pior do que difícil, é inútil. A semana que passou trouxe pelo menos duas novidades

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A foto da ex-amante do senador, que se declara em forma aos 39 anos, e que parece ter obtido natural consenso de todos os que examinaram o resultado; e a classificação de "Cupido" dada a um membro do Supremo Tribunal Federal, que me parece o único a exibir a venerável barba digna de um capuchinho.

Um Cupido barbudo é uma violência contra a tradição, mas os membros do STF sabem o que fazem e por que fazem. A plebe ignara, que somos todos nós, ignora o que ministro fez ou deixou de fazer para merecer o nome e a função do personagem mitológico, que os pintores de todas as escolas retratam como um menino nu, como os anjos da Renascença. Fica a sugestão aos editores das revistas masculinas: fotografar o ministro nu, mas com sua respectiva barba, para melhor informação à sociedade. O cachê da foto seria destinado a uma instituição beneficente.

Quanto à foto da ex-amante do senador, a mesma sociedade aguarda informações mais detalhadas.