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Rio de Janeiro – A dez dias da decisão do segundo turno, a vantagem de Lula sobre Alckmin parece que tende a crescer, garantindo a reeleição. Desde o início da campanha eleitoral, quando eram muitos os candidatos, venho dizendo que somente um fato novo e importante derrotaria o atual presidente.

Esse fato novo e importante não se deu no âmbito pessoal de Lula, embora muitos fatos novos e importantes tenham jogado o seu partido na lixeira da corrupção e da ineficiência.

A vitória de Lula, entre outras considerações, representa a derrota da mídia, sobretudo da mídia impressa. Os "manuais da redação" foram cumpridos à risca, dando a Lula e a Alckmin os mesmos espaços e os mesmos destaques, milimetricamente contados. Mas foi indisfarçável a cobertura exaustiva dos escândalos do PT, que não chegaram ainda a uma conclusão, mas que comprometem pesadamente o partido do qual Lula é presidente de honra e candidato compulsório à Presidência da República.

Cronologicamente, o último fato novo que se tornou velho foi o do dossiê comprado com dinheiro até hoje não explicado. E que dificilmente será explicado até que seja encontrado um bode expiatório do segundo ou terceiro escalão das hostes petistas.

O fato é que o dossiê, independentemente do seu conteúdo ou da sua aquisição, não resvalou para a pessoa de Lula. Pelo contrário, teve o mérito de separar o partido do presidente, o que não ocorreu com os escândalos anteriores, como o do mensalão. Este, sim, apesar dos desmentidos, comprometeu-o de forma irreparável.

A mídia noticiou todos os escândalos, mas o grosso do eleitorado não tomou conhecimento da indignação dos colunistas e da persistência do noticiário. O resultado será a vitória de Lula e a derrocada do PT.

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