Rio de Janeiro Como John Wayne ou Jean Gabin, ele se fixaria num tipo: o do brasileiro gingado, com muitos macetes e nenhum caráter.
Um tipo que persegue Jece desde os seus primeiros filmes, quando foi dirigido por Nelson Pereira dos Santos e Ruy Guerra, inscrevendo seu nome na história de nosso cinema com "Rio 40 Graus" e com "Os Cafajestes".
Bastavam essas duas obras para definir o personagem que se apoderou da tela como veículo seu.
À frente das câmeras, contudo, surge a imagem mais constante de nosso cinema. Wilson Grey, único ator que apareceu em mais filmes do que ele, foi coadjuvante. Jece sempre apareceu em primeiro plano, mesmo quando fez uma ponta. Tem aquela qualidade de ator que é a de chupar o campo visual da cena. Mesmo quando nada faz.
Jece permanece instintivo, animal cinematográfico bem acabado e assumido. Instinto que o levou a colocar Nelson Rodrigues no cinema. O "Boca de Ouro" é ainda o melhor Nelson fora do teatro e do jornal.
Sua atuação como ator atravessou as últimas décadas. Um ator tão de cinema, tão exclusivamente do cinema, que suas atuações no teatro e na TV parecem marginais, uma pontuação, não um discurso.
Seu tipo é compreendido, temido e imitado: raro o filme que não tem um papel que Jece poderia fazer e todos sabem que ele faria com eficiência, senhor de todos os truques, inclusive o de ser ele mesmo em diversas peles e encarnações.
Jece Valadão é um acontecimento que, mais cedo ou mais tarde, com a poeira das contingências baixada, marcará o nosso tempo na história do cinema nacional.
(Trecho do prefácio que fiz a pedido de Jece Valadão para seu livro "Memórias de um cafajeste", 1996)
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