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Merecidamente um dos cartões postais da cidade, a Lagoa já viveu fases piores, com a repetição da mesma tragédia todos os anos e com a solução das autoridades sempre adiada. Verdade seja dita, houve um grande intervalo, de uns dez ou doze anos, em que a lagoa chegou a ser dada como resolvida, não faz muito tempo foi considerada livre para banhos, chegaram a afirmar que as águas não seriam mais letais, podendo ser consumida para uso doméstico – o que foi um exagero que nem chegou a ser testado pela população.

O fato é que, de repente, sem aviso prévio, apareceram os peixes mortos, devido a causas que não foram razoavelmente explicadas, deixando os pescadores da região em penúria e os moradores trancados em casa, sem coragem de enfrentar o ar contaminado.

A prefeitura andou rápido, em menos de dois dias a carniça foi removida, mas resta uma dúvida: e se durante as olimpíadas, programadas para 2016, o fato se repetir? Como se sabe, a Lagoa foi escolhida para diversas modalidades de esporte náutico, como o remo, tradicionalmente uma das atrações olímpicas. Seria uma vergonha suplementar, para nossas cores, o cancelamento das provas por motivo tão vexatório.

Pelo que sei, a causa do desastre não chega a ser econômica, muito dinheiro já foi aplicado para solucionar o problema e não faltarão verbas para novamente despoluir a lagoa. Mas os técnicos, pelo que parece, ainda não chegaram a uma conclusão.

Culpam as altas marés do oceano, as algas daninhas, os esgotos que ali continuam sendo despejados clandestinamente – o que parece uma aberração, afinal, a lagoa não é tão grande assim, uma fiscalização permanente poderia acabar com o problema. Enquanto os técnicos não chegam a um resultado, a solução é fechar as janelas.

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