Rio de Janeiro O torcedor brasileiro está condenado a se preocupar com Ronaldo, um fenômeno em vários sentidos, desde suas atuações no passado até aos casos que vem criando ou que criam com ele. Conseguiu uma unanimidade durante o jogo com a Croácia: foi o pior, o mais lamentável jogador em campo. Antes disso, ocupou a mídia com suas bolhas nos pés e sua resposta malcriada ao presidente Lula, que muitos acharam oportuna e muitos acharam despropositada. Afinal, a forma física dele é indisfarçável, está gordo e, em campo, o excesso de peso é visível para um cego de nascença.
Contudo, crucificá-lo é, além de maldade, uma precipitação. Valha-me o lugar-comum: o futebol é uma caixa de surpresas. Acredito que, pelo seu brilhante passado, ele mereça continuar na seleção, aos menos nos primeiros 15 ou 20 minutos de cada partida. Se continuar negando fogo, pesadão, apático, que seja substituído por Robinho, que ao entrar em campo contra a Croácia eletrizou não apenas o nosso time mas o próprio jogo.
Fico pensando se não há uma urucubaca montada contra Ronaldo em copas do mundo. Em 1998, na França, ele criou um caso ou criaram um caso com ele no jogo decisivo que valia o título. Caso até hoje não bem explicado. Lembro que, uma hora antes do jogo, ao entrar na sala de imprensa do estádio, recebi da Fifa a escalação daquela partida. Não havia o nome de Ronaldo, mas o de Edmundo. Com a grita do pessoal estranhando aquela substituição, logo foi providenciada outra escalação, já então com o nome dele. Como muita gente mais por dentro do que eu, até hoje não entendi o que houve naquele ano.
Agora, entendo o que está havendo com ele. O momento de verdade. Ou dá a volta por cima ou sai de campo para entrar na história.
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