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Crivella se diz candidato do coração de Lula. Paes promete inédita parceria município-Estado-Brasília, graças à "amizade de infância" entre Lula e o governador. Jandira lembra que sempre esteve ao lado do petista – nas vitórias e também nas derrotas. Molon passa o programa inteiro mostrando, orgulhoso, que carrega a mesma estrelinha no peito...

E a novidade no Rio é justamente a ascensão de um candidato que, na contramão, tem se afastado de Lula nos últimos anos. Gabeira cresce nas pesquisas sem precisar explicar porque é ele cá e Lula lá.

Já pegou pesado com o presidente: "Blindamos o Lula com o argumento de que as pessoas que achavam que ele dizia coisas sem sentido eram preconceituosas. Temos que acabar com o elogio da ignorância", dizia em 2005, à época do mensalão. Hoje, bem mineiro, explica que, se for eleito, terá de superar ressentimentos. Também evita grudar demais sua imagem aos aliados tucanos. Menos é mais.

Aos olhos do carioca que prescinde do Bolsa-Família, o charme de Gabeira pode estar em não tentar pegar carona, de qualquer jeito como os outros, na popularidade do presidente. O verde é líder entre eleitores de classe e escolaridade mais altas, mostra o Datafolha. Caetano Veloso, ao declarar no blog o voto, dá uma pista de como o enxerga esse eleitor: "Tudo a ver com a coragem de enfrentar os corruptos do Planalto – no Legislativo e no Executivo – e nada a ver com esse folclore de drogas: eu odeio maconha e vou votar nele", escreveu.

Ganhar na zona sul não costuma decidir eleição no Rio, onde a maioria das intenções de voto está com "aliados" de Lula. Mas a onda Gabeira, agora, confirma a tradição carioca em desafinar o coro dos contentes. Vale lembrar que aqui, no ano passado, o presidente pop levou sua maior vaia. No Maracanã.

Sergio Costa é jornalista.

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