Rio de Janeiro Quando um governo não sabe ou não quer resolver um problema, cria uma comissão para estudar o assunto e propor soluções. Já foi dito que o camelo é um cavalo que resultou de uma comissão para melhorar o visual dos eqüinos, que, por sinal, já têm um dos desenhos mais bonitos da natureza. Mexe daqui, mexe dali, surgiu o camelo.
São muitas as comissões existentes no âmbito executivo, algumas permanentes, outras provisórias, tão provisórias que nascem e acabam sem ninguém saber. No nível do Legislativo, a prima-dona das comissões é a CPI. Um mix de comissões menores, que incorpora diversos ofícios, mas não tem poder de justiça nem de polícia, mas funciona como se tivesse.
Coloca em discussão na mídia um escândalo que se tornou escandaloso demais. Após meses de depoimentos, intimações, provas e contraprovas, surge um relatório final macetado, comendo o mingau pelas beiras e poupando o miolo, que geralmente é o próprio presidente da República. Foi o caso da CPI do Mensalão. Quando a CPI, pressionada pela opinião pública, vai mais fundo, termina num impeachment.
Por falar em impeachment, não faz muito, o mais recente ministro engrossava a turma que pedia o impedimento de Lula. Mudou de opinião porque estava conforme confessou mal informado pela imprensa.
O apagão aéreo, que desde o acidente com o avião da Gol não foi resolvido pelo governo, tal como no caso do cavalo e do camelo, será investigado por uma CPI, cuja formação antecipadamente mereceria uma CPI específica.
O resultado, seja qual for e se houver , não compensará os prejudicados nem punirá os culpados, que terão o Judiciário para negar a existência de provas. Um filme que já foi visto diversas vezes.
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