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Entrou em discussão o alto custo da participação do Brasil na Olimpíada de Pequim. Foi estabelecido um cálculo digno de qualquer guarda-livros do passado: dividido pelo número de medalhas conquistadas, cada uma delas saiu por um valor astronômico. É um raciocínio primário.

Uma Olimpíada cria uma imensa passarela de âmbito internacional, que não pode ser desprezada – e não é – nem mesmo por países que não precisariam de um marketing suplementar para ocupar o pódio mundial da política e da economia.

Em 1936, recém-chegado ao poder, o nazismo investiu nos Jogos Olímpicos daquele ano, e o mundo ficou sabendo que nascia uma potência que, infelizmente, seria desviada para o crime. A China seguiu o exemplo e deu um espetáculo que transcendeu ao aspecto esportivo: o mundo passou a conhecer melhor a China, e a China passou a conhecer melhor o mundo.

Um investimento deste custa caro. É evidente que pode ter havido desvios de verbas setoriais, que um exame imparcial do Tribunal de Contas da União tem condições de apurar e punir. O mesmo acontece com qualquer outro programa que consome verbas públicas. Exemplos não faltaram na estrutura global de sucessivos governos.

Contudo, não se deve condenar o gasto de um evento com a magnitude de uma Olimpíada, desde que as contas sejam prestadas pelos responsáveis. O Brasil tem a pretensão de sediar os Jogos Olímpicos na próxima década, será um pesado investimento financeiro. Não faltarão aqueles que reclamarão tamanha verba para escolas, hospitais etc.

Uma coisa não exclui a outra. O país precisa crescer de forma homogênea e permanente. Perdoem a patriotada: cada vez que a bandeira nacional sobe num pódio internacional, qualquer brasileiro acredita que tudo valeu a pena.

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