A ideia de uma ponte aérea entre os aeroportos de Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ) não é má, embora não seja boa. Desafogaria o terminal de Congonhas, que está no limite de saturação, e aliviaria o Santos Dumont, que não está nas mesmas condições, mas começa a criar caso com o barulho que perturba quem vive ou trabalha em suas imediações.

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A melhor alternativa para descongestionar o tráfego entre as duas grandes cidades talvez não seja mais uma ponte aérea, mas o trem-bala, cujos estudos e implantação volta e meia ressuscitam e falecem. Rio e São Paulo, mais cedo ou mais tarde, formarão fisicamente uma nova e gigantesca cidade, e a união ferroviária nos níveis tecnológicos do presente e do futuro será a espinha dorsal da colossal metrópole do Sudeste brasileiro.

Culpa-se JK – e com razão – pela deterioração da rede ferroviária, uma vez que foi dada absoluta prioridade às estradas de rodagem. Há muito de verdade nisso, mas a realidade é que os governos posteriores agravaram a situação.

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Nada mais melancólico do que ver antigas estações apodrecendo ao tempo em quase todos os quadrantes do nosso território, e os trilhos enferrujados, cobertos de capim, lembrando que ‘aqui outrora ressoaram hinos.’

Sei, o problema vai requerer muito dinheiro e trabalho. Mas o Brasil está começando a ficar arrogante com o seu novo status de gigante emergente, alinhado a potências nucleares como a China, a Índia e a Rússia, o decantado Bric.

Com a nossa rede ferroviária em decomposição cadavérica, e sem um projeto tecnologicamente moderno e eficiente para recuperá-la e ampliá-la, manteremos o nosso imenso interior ilhado, de difícil acesso, com rodovias congestionadas mostrando que o gigante continua com pés de barro.

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