Rio de Janeiro – A questão das privatizações voltou ao debate político, trazida pelo PT, que encontrou em seu adversário eleitoral, o candidato Geraldo Alckmin, um único pecado realmente grave: é do PSDB, partido que no governo desastrado de FHC privatizou empresas e só não vendeu o Pão de Açúcar porque não encontrou comprador.

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Em princípio, não sou contra as privatizações, algumas delas eram necessárias e trouxeram benefícios à economia nacional.

Contudo, o processo que presidiu as privatizações foi um escândalo dos maiores de nossa história. Os intermediários, corretores, conselheiros e economistas ganharam fortunas vendendo na bacia da almas alguns nacos do patrimônio nacional.

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A oposição da época não encontrou um eixo comum para CPIs que investigassem os lances que presidiram cada processo. Funcionários de alto escalão foram sacrificados e tudo ficou por isso mesmo. De maneira que, quando se fala em privatização, não se condena a privatização em si, mas o ritual viciado que opera no subsolo das tratativas e protocolos.

Isso sem falar na empulhação do governo de então, que garantia pagar as dívidas do Brasil com o dinheiro da venda de gigantes como a Vale do Rio Doce e outras. Pagando as dívidas, garantia FHC, sobraria dinheiro para investimentos em saúde, educação, transporte, moradia e segurança, promessas de sua campanha eleitoral que ficaram em promessas. (É preciso lembrar que durante a referida campanha, nenhum tucano falava em privatização.)

Com o pecado original de pertencer ao PSDB, Alckmin pega as sobras de um dos maiores escândalos da nossa vida pública. Ele garante que não privatizará nada. Não importa: de qualquer forma não será eleito.