Volta e meia, o passado do papa atual, o alemão Joseph Ratzinger, é mencionado na mídia como o de um ex-integrante da Juventude Hitlerista. Antes mesmo de se tornar Bento XVI, o detalhe de sua biografia já era lembrado por aqueles que não apreciavam as suas posições conservadoras.
Em primeiro lugar, nem todo conservador é necessariamente nazista, nem mesmo de direita. Há esquerdistas militantes que são mais conservadores, reagindo com histeria a qualquer tentativa de alterar o status quo de sua linha ideológica.
Em segundo lugar, na Alemanha dos anos 30, os jovens eram compulsoriamente obrigados a se filiar em organizações do Estado manipuladas pelo partido único, que era o nazista. Não significava uma adesão da juventude à política dominante. Artistas e intelectuais importantes, que nada tinham com o nazismo, eram obrigados a ter a carteirinha do partido para exercerem suas atividades, casos de Herbert Von Karajan e de Martin Heiddeger, para citar apenas dois exemplos notórios.
Na Itália de Mussolini, no mesmo período, os jovens em fase escolar eram forçados a se transformarem em balillas, vestiam uniformes e participavam dos rituais. Fellini, de Sicca, Monicelli, Mastroianni, Rosselini, Pasolini (este último era comunista de carteirinha) foram balillas não por opção pessoal, mas por imposição do Estado fascista.
Na recente visita que o papa fez a Israel, o fato foi novamente lembrado por alguns líderes israelenses. Um recurso vulgar para desqualificar a mensagem de paz que Bento XVI foi levar a dois povos em conflito.
PS Como era de praxe no desfile dos antigos blocos carnavalescos, o cronista saúda as autoridades, os rapazes da imprensa e o povo em geral, pedindo passagem para sair de férias.
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