Comparado ao Império Romano em seus tempos de glória, os Estados Unidos mudam hoje o comando da guarda e o resto do mundo acompanha com interesse (ou preocupação) o novo esquema de poder que de certa forma contaminará a economia mundial. Tal como no tempo dos imperadores de Roma, havia e há províncias esparsas que contestavam e contestam o poder e a glória dos Césares de plantão.

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Albert Uderzo e René Goscinny criaram em 1959 uma história em quadrinhos na qual uma aldeia gaulesa se rebela contra a globalização romana. São personagens engraçados. O meu preferido é Chatotorix, "o poeta mais chato das Gálias". Após cada episódio, ninguém pode evitar que ele tome a palavra e comente o que se passou.

Hoje é dia importante na vida do império, e haverá Chatotorixes em todos os quadrantes da Terra para louvar ou chorar a vitória ou a derrota de Obama ou McCain. Pensando bem, do ponto de vista internacional, o resultado não mudará em muita coisa a atual situação. Os Estados Unidos continuarão fazendo o possível e o impossível para manter a hegemonia militar e econômica, tendo inclusive o argumento da sua segurança ameaçada pelo terrorismo. Já se teme desde já um atentado de morte contra um dos candidatos, não por suas idéias, mas pelo fato de ser negro.

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A mídia mundial, em sua quase compacta maioria, futebolizou a disputa entre democratas e republicanos, na base de uma batalha do bem contra o mal em termos absolutos. Se Obama vencer, o poeta fará odes retumbantes à vitória do bem, cantará a nova era que se abre não apenas para os Estados Unidos mas para o mundo todo.

Em caso contrário, Chatotorix chorará amargamente, atribuindo a derrota à Ku Klux Klan, à CIA e ao Papa Bento 16.