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A definição de apoios no segundo turno mais complica do que explica ao eleitor as relações políticas dos candidatos. É a eleição do carioca doidão, em que a oposição a Lula no campo nacional-local se dá pela esquerda de quem deveria estar à sua direita. Aqui, o confronto é entre Fernando Gabeira, ex-PT, aliado ao PSDB, contra Eduardo Paes, ex-PSDB, aliado ao PT. Entendeu? Nem eu.

Lula mostrou a cara no programa de um desafeto explícito. O sanduíche de mãos Cabral–Lula–Paes na divulgação do forçado "um-por-todos-todos-por-um" é o retrato da barafunda. Não dá para entender quem pega na mão de quem – só quem beija. Ficaram mal na foto.

Não é só Lula quem vem para confundir eleitores mais ideológicos com seu pragmatismo na eleição do Rio. Do lado Gabeira desta peleja, os honoráveis Oscar Niemeyer e Marina Silva declaram voto ao lado do ex-governador Marcello Alencar, filhos e pupilos que os cariocas conhecem muito bem.

Do lado Paes, a comunista Jandira Feghali cruza os braços de seus eleitores fiéis com os fiéis do evangélico Marcelo Crivella. Jesus!

O futuro ex-prefeito Cesar Maia (DEM) é Gabeira. O ex-governador, do PMDB, Anthony Garotinho é versus o correligionário Cabral (e Paes, por tabela). Deve ter sido o próprio demo quem tramou essa.

O ministro dos coletes, Carlos Minc, na contramão de sua história e afinidade verdes, deixa Gabeira e engole o sapo de sua contradição.

O PDT se dividiu. Parte segue o patrão Lupi com Paes. Outra aposta no verde: o prefeito eleito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, e Miro Teixeira. Faltou Brizola na festa.

Nesta salada, só não deu para entender quem de fato vai fazer parte da administração do eleito e como. É tempo de saber. Afinal, nada do que foi mostrado – ou escondido – até agora sairá de graça. Nunca sai.

Sergio Costa é jornalista.

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