Fica difícil acreditar que possa haver de fato uma recuperação significativa da economia brasileira no segundo semestre quando todos os países ricos estão numa entalada inédita, conforme mostram os dados ontem divulgados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, o clubão dos 30 países mais industrializados do planeta.

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O Brasil deveria estar entre eles, mas não faz parte da OCDE porque não quer.

No conjunto da OCDE, o retrocesso no primeiro trimestre deste ano foi de 2,1%, a maior queda desde que a instituição começou a fazer estatísticas, no já remoto ano de 1960, praticamente meio século atrás.

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É bom lembrar que, no trimestre anterior, a queda ficara muito perto desse número (foi de 2%). Interessante anotar também que, dos seis grandes (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália), só a França registrou queda inferior à do trimestre anterior (1,5% no final de 2008 e 1,2% agora). É, a França, aquela economia que era tida como excessivamente estatizante.

Como o presidente Lula diz e repete, sabiamente, a recuperação da economia brasileira depende da recuperação do mundo rico. É uma constatação óbvia, mas, no Brasil, é preciso sempre repetir o óbvio, porque teorias jabuticabas nunca param de circular.

Claro que sempre se pode confiar em que a China, por si só, será capaz de içar o Brasil da recessão. Mas é bom anotar que as taxas de crescimento do comércio externo chinês continuam negativas, ainda que a tendência de queda tenha sido revertida no mês de abril. O volume de comércio é que ‘explica o papel da China no mundo’, conforme observa José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

Torcer pela recuperação é sempre bom, mas tirar a champanhe do gelo pode se revelar prematuro.