Rio de Janeiro – Os entendidos garantem que o tempo mais feliz dos políticos que chegam a um cargo executivo é o período que vai da eleição aos primeiros dias de governo. Acredito que o Lula esteja vivendo este oásis de forma até dupla, uma vez que termina um mandato e está para começar outro.

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No que diz respeito ao mandato que está acabando, humildemente ele admite erros e falhas, prometendo corrigi-los no próximo governo. Fica em cima da carne seca, jogando para os próximos quatro anos todas as benesses e milagres que não produziu durante os primeiros quatro anos.

E tem mais: assanhadíssima, a classe política está naquela de conseguir um lugar ao sol, ocupando ministérios, estatais e outros cargos de primeiro escalão. Até mesmo o PSDB, que teria tudo para ser o carro-chefe da oposição, constrangido e cheio de explicações ideológicas, está propenso a aderir em alguns casos e setores. Com tudo isso, Lula vive seu momento mais tranqüilo, com a faca e o queijo na mão, além da carne seca.

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Promete, sonda, insinua, faz alusões vagas, mas, no fundo, como sempre acontece, muitos serão os chamados, mas poucos serão escolhidos. E tem mais: na mania de usar metáforas esportivas, ele diz que não se mexe em time que está ganhando – o que é uma ducha de água fria em cima dos pretendentes que estão do lado de fora do redil.

Mas em que sentido o time de Lula está ganhando? O fato de ter vencido as eleições foi apenas um ganho eleitoral, e não administrativo. Ele teve disposição e recursos de que nenhum outro candidato podia dispor. Venceu, mas nem mesmo ele se convenceu de ter ganho a partida, tais e tantas são as correções que ele julga necessárias para o próximo mandato. Por conta dessas correções, as ambições dos candidatos estão soltas e vorazes.