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A tradição atribui a são Pedro não apenas as chaves do Céu, mas o domínio das torneiras que ele fecha e abre quando quer. Em vida foi uma espécie de rival de São Paulo, que não chegou a pertencer àquele núcleo inicial do cristianismo, só conheceu Jesus mais tarde, na estrada de Damasco, quando já havia cristãos espalhados por todo o Oriente Médio, inclusive e principalmente na Judéia e Galiléia.

Vai daí, Paulo decidiu converter os gentios, contrariando a primitiva igreja de Jerusalém que se mantinha vinculada ao judaísmo da época. Paulo abriu as pontas de lança que afinal dariam no cristianismo em si, mais tarde no catolicismo.

A igreja de Jerusalém encarregou Pedro de ir atrás de Paulo, tentando minimizar a abertura ecumênica de Paulo. Foram parar em Roma, onde sofreram martírio, Pedro crucificado de cabeça para baixo, Paulo degolado por ser, apesar de judeu, também cidadão romano.

Não parece, mas este resumido intróito tenta explicar os temporais antigos e recentes que desabam sobre a capital paulista, num crescendo que ninguém sabe quando vai parar. Daqui a 20, 25 anos, dizem as estatísticas, São Paulo será a maior cidade do mundo. Não é possível que periodicamente se transforme no caos que atenta contra os predicados mínimos da civilização, como o direito e ir e vir.

Os entendidos culpam a própria cidade em si, seus bueiros entupidos, seus rios não disciplinados, a falta de uma técnica urbana que liberte a cidade dos constantes alagamentos, prejudicando na própria carne os habitantes da maior cidade brasileira.

Sugiro que os paulistas, independentemente das crenças de cada um, se apeguem a São Pedro, que ele esqueça as velhas rivalidades e dê a São Paulo tudo o que ele merece.

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