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Modéstia à parte, meus senhores, eu sou da Vila, quer dizer, emendando o carioca Noel Rosa, eu sou do Rio. Uma vitória suada, mas esperada. No painel das finalistas, o Rio já se destacava pela economia das letras (apenas três) que indicava uma logomarca, um cidade, um país que começa a botar as manguinhas de fora em vários departamentos da realidade internacional.

Em nove anos, o Rio terá a oportunidade de criar todas as condições materiais e técnicas para a realização de um evento mundial do porte de uma olimpíada. Em 1950, quando não passávamos de grupo ainda atolado no subdesenvolvimento, sediamos uma Copa do Mundo e construímos em tempo recorde o maior estádio do planeta.

Veio depois o Rio-92, com mais de cem chefes de Estado e de governo; vieram os jogos pan-americanos; o alinhamento com o Bric – países que se destacarão ao longo do século 21. A louvar, mais uma vez, o sucesso de Carlos Arthur Nuzman, presidente de nosso comitê olímpico, que já se firmara nos jogos pan-americanos, com sua diplomacia e capacidade.

Louvor também a Lula, a quem não poupamos críticas diversificadas, mas que na hora das horas veste a camisa do povo com seu jeitão inconfundível. Num pequeno – e feliz – discurso em Copenhague, ele expressou uma aparente contradição, falando que a vitória do Brasil foi a vitória da paixão e da razão.

Razão e paixão geralmente se encontram em situações opostas, uma negando a outra. Contudo, o resultado do Comitê Olímpico Internacional conseguiu premiar os dois pólos da condição humana, fazendo a razão e a paixão decidirem uma guerra pacífica que constituiu um ponto significante para o bom entendimento da humanidade.

PS: por motivo de viagem, o cronista ficará alguns dias fora da coluna.

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