O primeiro ano do governo Obama, nos EUA, não guardou nem prolongou o impacto de sua eleição e posse. Evidente que houve exagero na exaltação com que o mundo recebeu a novidade, um negro na Presidência de um país marcado até há pouco pela discriminação racial. Seu discurso parecia não um atalho, mas um caminho novo não só para os norte-americanos mas para o mundo.
Sucedendo a George W. Bush, que teve a glória de realizar um dos governos mais impopulares da história, Obama encarnava mais do que uma esperança, era a possibilidade de um novo tempo não apenas para os Estados Unidos mas para a comunidade internacional.
Em pouquíssimos meses a realidade se impôs. Obama era realmente um fato novo, mas os Estados Unidos continuavam a ser o que sempre foram, tanto interna como externamente. Fica difícil julgar este primeiro ano pela ótica de dentro, pela administração interna do poderoso país. Muitas esperanças ruíram, mas as coisas foram indo, uns gostando e outros detestando suas ações no dia a dia da nação.
No plano exterior, foi um desastre. Obama pouco se diferenciou de Bush, a não ser pelo discurso menos fanático e apocalíptico. Continuou mantendo guerras, aumentando efetivos e dando à Casa Branca a decisão final para todos os problemas do mundo.
É bem verdade que Obama mudou o seu perfil de salvador dos povos, mas os Estados Unidos continuam os mesmos. Com a tragédia do Haiti, os norte-americanos, valendo-se de seu poderio econômico e militar, abriram um cisma na ajuda internacional que mobilizou o mundo. Todos podem ajudar, desde que peçam licença e obedeçam ao comando de Washington. Este primeiro ano do governo Obama marcou-se pela mediocridade e pela falta de imaginação.
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