Rio de Janeiro – O pessoal do governo e da base aliada encontrou um argumento para justificar a prorrogação do CPMF por mais alguns anos. Descobriu que nenhum país pode dispensar o reforço de 400 bilhões da moeda local em seu orçamento de cada ano. Convenhamos, é dinheiro pra burro, mas ainda pouco para atender as necessidades nem sempre necessárias de um governo caótico no que se refere às aplicações de verbas.

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Não se precisa ter memória de elefante para lembrar o drama do ex-ministro Adib Jatene na aprovação de um imposto provisório destinado à área da Saúde. A situação dos hospitais era obscena, crianças nascendo em pias de enfermarias, doentes espalhados pelo chão, falta de material mais urgente, como algodão, esparadrapo e soro.

O imposto foi aprovado, o ministro voltou à sua profissão de médico, mas a situação hospitalar continua a mesma. Aqui no Rio, um jornal divulgou esta semana que no setor da neurocirurgia, para operações no cérebro usavam furadeiras, dessas de furar parede para colocar o prego que sustentará um quadro.

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Verdade seja dita: já vi furarem o crânio de um paciente com uma dessas furadeiras, mas num filme dos Três Patetas (em sua primeira formação). A vida copia a arte mas é bom que pare nas furadeiras. Um viajante do século 16 descobriu um reino perto das antigas Ilhas Papuas. Para abastecer o tesouro real, o soberano criou o imposto do ar, quem respirasse pagava o tributo, calculado na base de três mil respirações por dia.

O nosso espaço aéreo é enorme, como disse aquele marechal quando soube que o avião em que viajava estava a 12 mil metros de altitude: "Eu sabia que o Brasil era grande mas não sabia que era tão alto!" Temos bastante ar para novo imposto.