A vida humana tem valor infinito. Cada ser humano carrega, em si, a humanidade inteira. À medida que o tempo passa, contudo, vamos perdendo potencialidades; quem poderia tornar-se campeão de ginástica olímpica aos 3 anos de idade não tem mais essa possibilidade aos 30. Cada criança carrega em si mesma a potencialidade de toda a espécie humana. Ela pode vir a ser um gênio, um artista, um santo, um rei. É um pouco por isso que nos percebemos incapazes de ver um bebê sem sorrir, de ouvir uma risada de criança sem nos alegrarmos com ela.

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O mesmo vale com sinal trocado: nada é mais entristecedor que a morte de uma criança. É por isso que os ativistas pró-aborto procuram esconder a realidade do que pregam; é por isso que antipatizam tanto com o ultrassom, que permite ver o bebê ainda no ventre da mãe.

Os aborteiros, contudo, convivem cotidianamente com a realidade do morticínio de inocentes, e logo perdem o pejo. Nos EUA, onde o aborto é permitido por lei, está sendo julgado por infanticídio e pela morte de uma paciente o Dr. Kermit Gosnell, especializado em abortos tardios, de bebês de 7, 8 ou 9 meses. Bebês prontos para nascer e mamar, ir para casa e passear de carrinho.

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Para poupar tempo e veneno, o Dr. Kermit desenvolveu um método diferente. Em vez de injetar veneno no coração da criança e depois tirar o cadáver da barriga da mãe aos pedaços, como seria o procedimento padrão, ele preferia induzir o parto e cortar, com uma tesoura, a coluna da criança, deixando-a para morrer numa bandeja. Como eram muitos os "pacientes", era uma verdadeira linha de montagem da morte; alguns bebês chegavam a ficar chorando dez ou vinte minutos antes da tesourada mortal.

No escritório dele, uma coleção de centenas de mãozinhas e pezinhos de bebês em formol servia de decoração. Cadáveres de nenéns jaziam na geladeira com a comida dos funcionários, e entupiam os vasos sanitários.

É, como o Gulag e Auschwitz, uma antevisão do inferno. Mas é apenas a consequência natural da perda de sensibilidade que fatalmente acomete quem se dedica à morte como ofício. Matar alguém é morrer um pouco; é matar um pouco da própria alma. Todo carrasco se torna um monstro, e um carrasco de crianças é tão mais monstruoso quanto maiores são as potencialidades que corta pela raiz, como uma tesoura corta o pescoço de um bebê.

Parece bonito falar de "escolha" e de "direitos reprodutivos", escondendo-se a realidade da morte. Quando ela chega, contudo, cessam os eufemismos. Abismo atrai abismo.

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