O desprezo da atual administração pela vontade do povo já foi fartamente comprovado. Nos últimos dias, contudo, dois exemplos a mais ajudaram a esfregar na cara da população o desprezo dos poderosos.
O primeiro deles diz respeito ao famigerado desarmamento. Confiantes na capacidade da máquina de propaganda do governo, nossos desobedientes empregados na administração federal fizeram um plebiscito sobre o desarmamento das vítimas (afinal, criminosos, por definição, não estão nem aí para a lei). Perderam de lavada. Se fosse um jogo de futebol, seria goleada de 3 a 1.
Mas, sendo irrelevante a vontade do povo, o veto da Presidência da República a uma proposta de lei aprovada pelo Legislativo, dando porte de arma a agentes penitenciários (que lidam cotidianamente com criminosos perigosos), foi justificado com a alegação de ir contra o mesmíssimo desarmamento que o povo rejeitou.
O compromisso do partido governante com o abortismo, presente em seus estatutos, também é conhecido. Sabendo que não conseguiriam jamais convencer a população a apoiar tamanha infâmia, contudo, eles não se animam a sequer tentar um plebiscito. Seriam dois trabalhos: fazer o tal plebiscito e ignorar o resultado contrário a seus interesses.
Em vez disso, comem o mingau pelas beiradas, ao arrepio tanto da lei quanto dos padrões éticos e morais da população. No fim do ano passado, enquanto Papai Noel distraía a população, o Ministério da Saúde mandou imprimir com o nosso dinheiro centenas de milhares de exemplares de um pequeno manual de como provocar abortos (ilegais) usando a droga (igualmente ilegal) comercializada com o nome de Cytotec. Comercializada no exterior, claro, porque aqui no Brasil sua venda é proibida.
Aos pedidos de explicações, naturais após a denúncia desta ilegalidade flagrante e em cascata, respondeu o Ministério com panos quentes.
Se a população se manifesta, é ignorada. Se seus valores não aceitam as ideias assassinas dos administradores do momento, idem. Só importa a estes fazer valer suas ideias, combater os valores da população e estabelecer a distopia com que sonham.
Em entrevista ao jornal francês Le Monde, dada quando de sua primeira eleição, o ex-presidente Lula disse que a eleição é uma farsa pela qual se tem de passar para conquistar o poder. Aparentemente, esta ainda é a mentalidade de nossos empregados da administração federal, que abusam do poder que lhes foi delegado pela vontade popular para negar os valores desta mesma vontade.
E ainda falam de democracia!
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