O mês de agosto é dedicado, na Igreja Católica, às diversas vocações. O primeiro chamado que Deus faz a cada pessoa humana é à santidade. Todos, a partir do momento da própria existência, somos chamados a vivermos em comunhão com a Santíssima Trindade, através da pessoa de Jesus Cristo: Ele é caminho, a verdade e a vida.

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A vocação à santidade desdobra-se em diversas vocações: a vocação sacerdotal, a vocação à vida consagrada e a vocação dos cristãos-leigos. No domingo passado celebramos o dia da vocação sacerdotal. O incentivo das vocações sacerdotais é um dever de toda a comunidade cristã, que deve promovê-lo, sobretudo, por uma vida plenamente cristã. Concorrem mormente para isso as famílias que, animadas pelo espírito da fé, de caridade e piedade, se tornam como que um primeiro seminário, e as paróquias, de cuja vida fecunda participam os próprios adolescentes. O padre participa da autoridade com que o próprio Cristo constrói, santifica e rege o Seu Corpo.

O sacerdócio é conferido pelo sacramento da Ordem, mediante o qual os padres, pela unção do Espírito Santo, são assinalados com um caráter especial, e assim configurados com Cristo Sacerdote, de forma a poderem agir na pessoa de Cristo cabeça. Os padres recebem de Deus a graça de serem ministros de Cristo Jesus entre os povos, desempenhando o múnus sagrado de evangelizar.

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Pelo ministério dos padres, o sacrifício espiritual dos fiéis, por sua vez, se consuma na união com o sacrifício de Cristo, único Mediador, sacrifício que, pelas mãos deles, em nome de toda a Igreja, é oferecido na eucaristia de modo incruento e sacramental, enquanto se espera a vinda do próprio Senhor.

Os padres, assumidos dentre os homens e estabelecidos em favor dos homens em suas relações com Deus, para oferecerem dons e sacrifícios pelos pecados, vivem com os demais homens como irmãos.

Foi desta forma também que o Senhor Jesus, Filho de Deus, enviado pelo Pai na qualidade de homem para os homens, habitou entre nós e quis por todas as coisas assemelhar-se aos irmãos, exceto no pecado.

Os padres, por vocação e sua ordenação, de certo modo são segregados no seio do Povo de Deus, não porém para se separarem, seja do Povo, seja de qualquer pessoa, mas para se consagrarem totalmente à obra para a qual o Senhor os assume.

Hoje, é o dia dedicado aos pais e se inicia a semana da família. A família é em certo sentido uma escola de enriquecimento humano. Mas para atingir a plenitude de sua vida e de sua missão requer a comunhão, a decisão comum dos esposos e a diligente cooperação dos pais na educação dos filhos. É de grande proveito para a formação desses a presença do pai.

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Os filhos sejam educados de tal maneira que, ao atingir a idade adulta, possam seguir com pleno senso de responsabilidade sua vocação, inclusive a sacerdotal, religiosa e escolher um estado de vida no qual, se vierem a se casar, possam constituir família própria, em boas condições morais, sociais e econômicas. É dever dos pais orientar, com prudentes conselhos, os jovens que vão fundar uma família; ouvindo-os de boa vontade. Cuidem, porém, de não obrigá-los por coação direta ou indireta a contrair matrimônio ou a escolher determinado cônjuge. A família, na qual convivem várias gerações que se ajudam mutuamente em adquirir maior sabedoria e em harmonizar os direitos pessoais com outras exigências sociais, constitui o fundamento da sociedade.

Dom Moacyr José Vitti CSS, arcebispo Metropolitano