Neste mês de junho celebramos duas festas de muito amor: Corpus Christi e Sagrado Coração de Jesus. A mensagem central é certamente a inefável riqueza do amor de Deus que se manifesta em Jesus Cristo. Deus ama com amor humano, com amor mais do que humano! Embora ame com amor humano, não se decepciona. Nós nos decepcionamos e nos vingamos. Deus não se vinga da incompreensão. Um pai não esquece o seu filho. Seu coração se vira nele. Deus perdoa, pois Ele é Deus e não um homem mesquinho.
Amor humano de Deus é mais humano do que o nosso. O amor humano de Deus se manifesta plenamente em Jesus Cristo, que amou os seus até o fim. O simbolismo polivalente da água e do sangue que jorram do lado aberto de Cristo sugere o quanto foi completa a sua doação. Simboliza a esperança que em Jesus Cristo encontra sua plenitude. Mostra o sangue do sacrifício ao mesmo tempo expiatório, o cordeiro que tira o pecado do mundo e libertador, o cordeiro pascal, cujos ossos não podiam ser quebrados. Mostra a água da efusão escatológica da bebida que não deixa sede, o Espírito, assinalada pelo Batismo, sacramento do lado aberto de Cristo, do qual nasce a Igreja.
O " lado aberto" significa a morte do pastor justo e perfeito, ao qual o povo levantará os olhos depois de o ter traspassado: início da conversão total e definitiva. Portanto, como diz São Paulo em ( Ef 3 ), é em Cristo que, todos nós, conhecemos o tamanho do amor de Deus, perscrutamos todas as suas dimensões. " Conhecer no sentido bíblico, significa experimentar. Não é um conhecer intelectual, mas participativo. Esta participação se realiza pela combinação da oração e da fé com a prática da caridade de Cristo. Se fizermos isso, seremos sempre mais repletos da " plenitude de Deus". Num tempo em que o amor humano é degradado a objeto de comércio e meio de alienação, a contemplação dos insondáveis riquezas do amor de Deus em Cristo se transforma numa fonte de vida.
Amor que revela um Pai de incansável fidelidade afetiva a seus filhos, incansável porque é Ele Deus e não um homem instável. Amor que une a criação com a redenção. Amor que revela que Deus é amor. Se nosso tempo aprendesse isso do coração de Cristo; se nossos casais descobrissem que a " relação perfeita" consiste na doação sem reserva (e não na exploração sem reserva); se nossos jovens experimentassem o crescimento de sua ternura e expansividade num amor respeitoso, que promove e não desgasta; se os pais tivesse aquela fidelidade afetiva, que nunca rejeita os filhos, nem mesmo depois da pior crise; se nossos pastores fossem capazes de levar os fiéis à contemplação de tamanho amor, explicitando-o em sua palavra e, sobretudo, no exemplo de sua vida, então, a Igreja seria realmente o novo templo, de cujo lado jorram as águas da salvação.
Dom Moacyr José Vitti CSS é arcebispo metropolitano.
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