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Entre as admiráveis invenções da técnica, que de modo particular nos tempos atuais, com o auxílio de Deus, o engenho humano extraiu das coisas criadas, a Mãe Igreja com especial solicitude aceita e faz progredir aquelas de preferência se referem ao espírito humano, que rasgaram caminhos novos na comunicação fácil de toda sorte de informações, pensamentos e determinações da vontade. Dentre essas invenções, destacam-se aqueles meios que não só por sua natureza são capazes de atingir e movimentar os indivíduos, mas as próprias multidões e a sociedade humana inteira, como a imprensa, o cinema, o rádio, a televisão, a internet e outros desse gênero, que por isto mesmo podem ser chamados com razão de Instrumentos de Comunicação Social. A Igreja Católica, tendo sido constituída por Cristo Nosso Senhor a fim de levar a salvação a todos os homens e, por isso, impelida pela necessidade de evangelizar, considera como sua obrigação pregar a mensagem da salvação, com o recurso também dos instrumentos de comunicação social e ensinar aos homens o seu reto uso. Portanto, compete à Igreja o direito nativo de empregar e possuir toda sorte desses instrumentos, enquanto necessários e úteis à educação cristã e a toda sua obra de salvação das pessoas. Aos pastores, cabe a tarefa de instruir e dirigir os fiéis, de forma, que, também eles, com o auxílio desses meios, logrem seu próprio bem-estar e perfeição, assim como o de toda a família humana.. Pertence nomeadamente aos cristãos-leigos a tarefa de vivificar esses mesmos meios com um espírito humano e cristão, para que correspondam plenamente à grande esperança da família humana e ao desígnio divino. para o emprego correto desses instrumentos é absolutamente necessário que todos os que fazem uso deles conheçam as normas da ordem moral e nesta matéria lealmente tirem as conseqüências práticas. Tomem em conta, portanto, a matéria das coisas que são comunicadas, em vista da natureza específica de cada instrumento; da mesma forma tenham diante dos olhos também as circunstâncias todas, isto é, a finalidade, as pessoas, o lugar, o tempo e outras mais, pelas quais a própria comunicação se completa e que podem mudar ou inteiramente alterar sua bondade moral; entre essas circunstâncias enumera-se o modo de agir próprio de cada instrumento, melhor, sua força, que é capaz de ser tão grande que os homens, mormente se desprevenidos, dificilmente podem dar-se conta dela, dominá-la e, se for o caso, rejeitá-la. Particularmente faz-se mister que todos os interessados formem sua consciência acerca do uso desses instrumentos, sobretudo naquilo que se refere a problemas agudamente agitados em nossa época. O primeiro problema refere-se ao que chama de informação, ou seja, a procura e divulgação de notícias. Sem dúvida, é evidente que ela, devido ao progresso da sociedade hodierna e dos laços mais estreitos entre seus membros, chega a ser muito útil e quase sempre necessária; a comunicação pública e oportuna dos fatos e das coisas possibilita a cada homem um conhecimento mais perfeito e contínuo deles, de sorte que podem contribuir eficazmente para o bem comum, e todos promovem mais facilmente um maior progresso de toda a sociedade civil. Portanto, é intrínseco à sociedade humana o direito à informação, naqueles assuntos que interessam aos homens, quer tomados individualmente, quer reunidos em sociedade, conforme as condições de cada qual. O correto exercício deste direito, contudo, exige que a comunicação, quanto ao seu objeto, seja sempre verdadeira e, salva a justiça e a caridade, seja íntegra; ademais, quanto ao modo, seja honesta e equilibrada, isto é, observe rigorosamente as leis morais, a dignidade e os legítimos direitos da pessoa humana, tanto na busca das notícias, quanto na sua divulgação; pois nem todo conhecimento aproveita, "a caridade, porém, edifica" (1 Cor 8,1). Estão comprometidos por especiais obrigações todos os usuários, isto é, os leitores, os espectadores e os ouvintes que por sua escolha pessoal e livre recebem as comunicações difundidas por esses instrumentos. Pois a correta escolha exige que esses prestigiem plenamente todas aquelas comunicações que se destacam pela perfeição, ciência e arte, evitem, porém, aqueles que lhes são causa ou ocasião de prejuízo espiritual ou que, pelo mau exemplo, podem levar outros ao perigo ou impeçam as boas comunicações e promovam as más; Isto muitas vezes só é possível patrocinando programas junto a empresários que exploram esses meios unicamente por motivos comerciais. Portanto, para que esses usuários cumpram a lei moral não se esqueçam de sua obrigação de informar-se oportunamente acerca das determinações baixadas nesta matéria pela competente autoridade e de acatá-las em conformidade com as normas da reta consciência; contudo, para que resistam com mais facilidade a conselhos menos corretos e promovam irrestritamente os bons, empenhem-se com meios adequados em dirigir e formar sua consciência. Quanto ao correto uso dos meios de comunicação social, importante obrigação moral compreende os jornalistas, os escritores, os atores, os teatrólogos, os produtores, os vendedores, os distribuidores, os gerentes e patrocinadores, os críticos e outros mais que de alguma forma tomam parte na confecção e transmissão das comunicações. Claramente se evidencia, nas atuais condições humanas, que deveres e quão importantes incumbe a todos esses, pois que eles, informando e incitando, podem levar o gênero humano para o caminho certo ou para o abismo. Cabe a eles equilibrar os interesses econômicos, políticos, artísticos de sorte que jamais desviem do bem comum; para que isso se obtenha com mais facilidade, é louvável que dêem seus nomes às associações que representam sua profissão e que nos negócios de sua especialidade imponham a seus membros o respeito às leis morais, inclusive, se necessário, fazendo um contrato de observar exatamente o código moral. Que a celebração do Dia da Comunicação, no dia de hoje, sirva para uma análise e revisão de nossos meios, se, de fato, estão correspondendo para o bem de nossa sociedade.

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