Celebramos hoje o Dia Nacional da Juventude. Os jovens e adolescentes constituem a grande maioria da população. Representam enorme potencial para o presente e o futuro da Igreja e de nosso povo, como discípulos e missionários do Senhor Jesus. Os jovens são sensíveis a descobrir sua vocação, a ser amigos e discípulos de Cristo. São chamados de "sentinelas da manhã", comprometendo-se na renovação do mundo à luz do Plano de Deus. Não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida.
Por sua generosidade, são chamados a servir a seus irmãos, especialmente aos mais necessitados, com todo o seu tempo e vida. Têm capacidade para se opor às falsas ilusões de felicidade e aos paraísos enganosos das drogas, do prazer, do álcool de todas as formas de violência. Em sua procura pelo sentido da vida, são capazes e sensíveis para descobrir o chamado que o Senhor Jesus lhe faz.
Como discípulos e missionários, as novas gerações são chamadas a transmitir a seus irmãos jovens, sem distinção alguma, a corrente de vida que procede de Cristo e a compartilhá-la em comunidade, construindo a Igreja e a sociedade. Por outro lado, constatamos com preocupação que inúmeros jovens passam por situações que os afetam significativamente: as seqüelas da pobreza, que limitam o crescimento harmônico de suas vidas e geram exclusão; a socialização, cuja transmissão de valores já não acontece primariamente nas instituições tradicionais, mas em novos ambientes não isentos de forte carga de alienação, e sua permeabilidade às novas formas de expressões culturais, produto da globalização que afeta sua própria identidade pessoal e social.
São presa fácil das novas propostas religiosas e pseudo-religiosas. As crises, pelas quais passa a família hoje em dia, produzem neles profundas carências afetivas e conflitos emocionais. São muito afetados por uma educação de baixa qualidade, que os deixa abaixo dos níveis necessários de competitividade, somando-se aos enfoques antropológicos reducionistas que limitam seus horizontes de vida e dificultam a tomada de decisões duradouras. Vê-se ausência de jovens na esfera política devido à desconfiança que geram as situações de corrupção, o desprestígio dos políticos e a procura de interesses pessoais frente ao bem comum.
Outros não têm a possibilidade de estudar ou trabalhar e muitos deixam seus países por não encontrar futuro neles, dando assim ao fenômeno da mobilidade humana e da migração um rosto juvenil. Preocupa também o uso discriminado e abusivo que muitos jovens fazem da comunicação virtual.
Diante de desses desafios, renovar, em estreita união com a família, de maneira eficaz e realista a opção preferencial pelos jovens; propor a eles o encontro com Jesus Cristo vivo e seu seguimento que lhes garanta a realização plena de sua dignidade de ser humano, que os estimule a formar sua personalidade; ajudá-los a se formar de maneira gradual, para ação social e política e a mudança de estruturas; usar a capacitação dos jovens para que tenham oportunidades no mundo do trabalho, evitar que caiam na droga e na violência; procurar maior sintonia entre o mundo adulto e o mundo juvenil.
Dom Moacyr José Vitti CSS é arcebispo metropolitano.
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