Nossa Senhora da Luz, que na Anunciação recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo e trouxe ao mundo a Vida, é honrada e louvada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Em vista dos méritos de seu filho, foi redimida de um modo mais sublime e unida a Ele por um vínculo indissolúvel.

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Por esse dom de graça supera de muito todas as demais criaturas. Por isso, é saudada como membro supereminente e de todo singular na Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e caridade. Os documentos primitivos, tais como são lidos na Igreja e entendidos à luz da revelação, manifestam, sempre maior nitidez, a figura da mulher, Mãe do Redentor. Vista sob esta luz, ela é profeticamente esboçada na promessa dada aos primeiros pais caídos no pecado, quando se fala da vitória sobre a serpente (Gn 3,15). De modo semelhante é esta a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emanuel (Is 7,14). Ela mesma sobressai entre os humildes e pobres do Senhor que d’Ele esperam e recebem com fé e salvação. Com ele, enfim, excelsa Filha de Sião, depois de uma demorada espera da promessa, completam-se os tempos e se instaura uma nova economia, quando o Filho de Deus assumiu dela a natureza humana a fim de livrar o homem do pecado pelos mistérios se Sua carne.

Dotada desde o primeiro instante de conceição dos esplendores de uma santidade inteiramente singular, e por ordem de Deus, Nossa Senhora é saudada pelo Anjo anunciador como "cheia de graça" (Lc 1,28). E ela responde: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38). Assim Maria, consentindo na palavra divina, se fez Mãe de Jesus. Abraçando a vontade salvífica de Deus com coração pleno, consagrou-se totalmente como serva do Senhor à pessoa e obra de seu Filho, servindo sob Ele e com Ele, por graça de Deus onipotente, ao mistério da Redenção.

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Na vida pública de Jesus Maria aparece significativamente. Já no começo, quando, para as núpcias em Canã da Galiléia, movida de misericórdia, conseguiu por sua intercessão o início dos sinais de Jesus (Jo 2,1-11). Em virtude da graça da divina maternidade e da missão pela qual ela está unida com o seu filho Redentor, e em virtude de suas singulares graças e funções, Nossa Senhora está intimamente relacionada com a Igreja. Ela é o tipo da Igreja na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo.

Como Mãe de Deus, Maria esteve presente nos mistérios de Cristo e é merecidamente honrada com culto especial pela Igreja. Este culto, tal como sempre existiu na Igreja, embora seja inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta ao Verbo encarnado e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo.

Na celebração da festa de Nossa Senhora da Luz, dia 8 de setembro, convido a todos para honrarmos a Padroeira de nossa Arquidiocese, participando das celebrações e procissão na Catedral.