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Crer em Jesus Cristo significa ter entendido quem Ele é, ter entendido qual é a sua proposta de vida e confiar nele. Neste Domingo, são-nos apresentadas as figuras de dois discípulos que, por caminhos diferentes, e muito lentamente chegaram a crer nele. Pedro o encontra pela primeira vez às margens do Lago da Galiléia e, para começar sabe apenas que é um carpinteiro vindo de Nazaré, depois entende que pode fazer alguma coisa junto com o grande profeta, por fim, como narra o Evangelho deste Domingo, em Cesaréia de Felipe, o reconhece como "o Cristo, Filho do Deus vivo". Belas palavras as suas, mas na mente e no coração continua a cultivar os seus sonhos, não os do Messias de Deus.

Jesus o chama "pedra da sua Igreja", mas logo depois o define como "pedra de escândalo" porque não pensa conforme Deus, mas de acordo com os homens. Pedro não entende, entenderá a seguir depois da Páscoa, o conteúdo da profissão de fé que "o Pai que está nos céus" o fez pronunciar. Paulo chega a Jesus por um caminho diferente.

Conhece-O antes como um adversário que de ser combatido, como aquele que destrói as esperanças messiânicas do seu povo, como um blasfemo que anuncia um Deus diferente daquele dos mestres de Israel. Um dia é iluminado por uma luz do alto e compreende: Jesus, o crucificado, é o Messias de Deus. A partir daquele momento o que antes para ele era um tesouro, em relação a Cristo torna-se lixo. Terminou a sua carreira, combateu o bom combate, está feliz por ter confiado em Cristo. Quem crê em Jesus não têm vida fácil, é perseguido. Mas o Senhor permanece junto do seu discípulo.

Pedro e Paulo representam duas vocações na Igreja, duas dimensões do apostolado, diferentes, mas complementares.

As duas foram necessárias para que pudéssemos comemorar os fundadores da Igreja Universal. A complementariedade dos dois "carismas" continua atual: a responsabilidade institucional e a criatividade missionária. Essa complementariedade pode provocar tensões; as preocupações de uma "teologia romana" podem não ser as mesmas que as de "uma teologia latino-americana".

A recente polêmica em torno da Teologia da Libertação mostrou que tal tensão pode ser extremamente fecunda para a Igreja toda. Neste Domingo, celebra-se especialmente o "Dia do Papa". Enseja uma reflexão sobre o serviço da responsabilidade última. Importa libertar-nos de um complexo de antiautoritário de adolescentes. Devemos crescer para a obediência adulta, sem mistificação da autoridade, nem anarquia. O "governo pastoral" é um serviço legítimo e necessário na Igreja.

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