Neste domingo, celebramos a festa chamada de Epifania ou Revelação do Senhor, popularmente a Festa dos Reis Magos, porque o Evangelho conta a história dos magos que viram a estrela de Belém. E de Herodes que não a viu. No Antigo Testamento, alguns profetas sonharam com a restauração de Israel. O "terceiro Isaías", vivendo logo depois que os judeus voltaram do exílio babilônico, tem uma visão da restauração do povo: todos os povos irão ver a luz de Deus que brilhará sobre a Cidade Santa, Jerusalém. Os judeus dispersos e mesmos os povos pagãos chegarão trazendo ricos presentes.

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O mundo todo proclamará as obras gloriosas do Senhor. Ora, essa confluência de judeus e pagãos realiza-se no povo fundado por Jesus Cristo. Esse é o "mistério", o projeto escondido de Deus, que São Paulo conhece por experiência pessoal; ele dedicou a sua vida a pregar o Evangelho a judeus e pagãos. No Evangelho, o evangelista Mateus traduz a fé de que Jesus é o Messias universal, numa narração que descreve a realização da profecia da primeira leitura deste Domingo: os Reis Magos (astrólogos) do Oriente enxergam a luz que brilha sobre Belém, cidade de Davi, na proximidade de Jerusalém. É a estrela do recém-nascido Messias, "Rei dos judeus". Querem adorá-lo e oferecer-lhe seus ricos presentes.

Ora, o rei em "exercício", Herodes, juntamente com os doutores e sacerdotes, não enxerga a estrela que brilha tão perto dele; é obcecado por seu brilho e sede de poder. Os reis das nações pagãs chegam de longe para adorar o menino, mas os chefes dos judeus tramam a sua morte. As pessoas de boa vontade, aqueles que realmente buscam o Salvador, o encontram em Jesus, mas os que só gostam de seu próprio poder têm medo de encontrá-lo. Significativamente, o medo de Herodes, o Grande, o leva a matar todos os meninos de Belém. Por que se matam ou se deixam morrer crianças também hoje? Porque os poderosos absolutizam seu poder e não querem dar chances aos pequenos, nem sequer para viverem. Preferem sangrar o povo pela indústria do armamento, dos supérfluos, da fome. Pobre e indefeso, Jesus é o não-poder. Ele não se defende, não tem medo.

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Em redor dele se unem os povos que vêm de longe. "E avisados num sonho, voltaram por outro caminho". O caminho, na Bíblia, é o símbolo da opção de vida da pessoa. Os Reis Magos optaram por obedecer à advertência de Deus; optaram pelo Menino Salvador, contra Herodes e contra todos os que rejeitam o "menino", matando vida inocente.