A Doutora Jean Twenge da Universidade de San Diego, Califórnia, publicou nesta semana um artigo demonstrando algo que muitos de nós já percebemos. As novas gerações estão menos preocupadas com questões coletivas (entre elas o ambiente) e mais preocupadas com fama, imagem e fortuna. São também menos preconceituosas com minorias, mas a tolerância da chamada "Geração Mim" fica muito aquém de empatia.
Não acho você grande coisa, mas também não gastarei um segundo do meu tempo com isso. Diriam os jovens da "Geração Mim".
Medições controladas desse tipo são muito importantes para não ficarmos abandonados às nossas diatribes etílicas, e principalmente para refletirmos sobre a próxima questão:
Como a abundância de informação pode causar alienação?
Afinal, esta geração pode, por exemplo, ver um ninho de águia careca em tempo real, ou também por uma webcam, acompanhar o desmonte de uma hidrelétrica para restaurar o Rio Elwha.
Podemos ver diversas coisas, mas na realidade não as vemos. Apesar da riqueza de informação à disposição, as fofocas atraem mais, ainda mais para os adolescentes. Os gregos já resolveram esses problemas há 3.000 anos, mas o que fazer se as pessoas preferem a versão fofoquinha do Facebook a uma peça de teatro? Exatamente pelo fato de estar aberto para todos verem é que há um sentimento que alguém irá fazer algo, mas quem seria esse alguém que não é nenhum de todos?
Na segunda-feira o diplomata e educador Rubens Ricupero publicou artigo na Gazeta do Povo mostrando como a reunião de Rio +20 não trará benefício algum por se esquivar da discussão norte-sul e também por deliberar nada de concreto. Sua coluna é a melhor ilustração para o artigo científico da professora Jean. Aguardamos, "Geração Mim" e os mais velhos também, reuniões desse tipo com um sentimento de "agora vai". Jornalistas insuflam ainda mais, pois seus empregos dependem disso.
O fato é que Rio 92 não teve nenhuma consequência prática. Não houve sacola reciclável, aquecimento solar ou tratamento de água que se beneficiasse daquilo. As melhoras, e não foram poucas, se deram no chão de fábrica por pessoas que gastaram seu tempo e dinheiro para melhorar, limpar e reduzir. Rio-92 foi consequência de um clamor global e não causa.
A reunião só é usada em discurso de quem não é da área. Cedo ou tarde vem o cliché "As conquistas obtidas com Rio 92". Quem realmente faz algo de concreto fala do que faz. Quem faz coisa alguma, fala de Rio 92.
Pela avaliação da professora de San Diego, conforme os adolescentes da "Geração Mim" envelheçam, podemos esperar muitas outras reuniões do tipo Rio +X e também que o verbo ganhar será mais conjugado que o verbo salvar.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast
Eleição para juízes na Bolívia deve manter Justiça nas mãos da esquerda, avalia especialista