Muita gente crê na atuação conjunta do Estado, iniciativa privada e cidadãos para resolver problemas ambientais. Não sou um deles. É no cidadão que começa e acaba tudo que diz respeito ao ambiente.

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Se sua cidade não tem coleta seletiva, se não há produto sem muita embalagem, se não há aquecedores solares mais baratos, tudo isso não é culpa da indústria que quer explorar oportunidades ou de políticos que querem ganhar votos. Se as pessoas quisessem aquecedores solares e coleta seletiva, o mercado, seja ele de dinheiro ou de votos, ofereceria para elas. Assim chegamos ao lixo.

Deixe-me adivinhar algo sobre o lixo de sua cidade.

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O lixão está com a capacidade esgotada. O município está brigando com o órgão ambiental que está ameaçando impedir a entrada de mais lixo. Neste caso o ministério público está ao lado do órgão ambiental, apesar das várias divergências com ele. A prefeitura diz que vai compostar, separar, incinerar e que sua cidade será um exemplo no tratamento do lixo, mas só em algum momento do futuro...

Se o cidadão separasse o lixo orgânico do reciclável, os lixões é que seriam descartáveis, não os recursos naturais que colocamos neles. Uma vez que orgânicos e recicláveis tenham passado um tempo junto, contaminam um ao outro, prejudicando tanto a compostagem quanto a reciclagem.

As duas maiores cidades do Paraná, não por coincidência, vivem problemas parecidos com seus lixões/aterros, com taxas de reciclagem também parecidas, é claro que ambas querem ser a melhor, mas estão as duas aí pelos 25%.

Reciclar 1 em cada 4 kg de lixo é comparativamente excelente, mas medíocre em si. Isso implica dizer que três em cada quatro cidadãos não compreendem o que é o lixo e para onde ele vai. Depois de uma década explicando, relativizando e dando a outra face, é chegada a hora de dizer com todas as letras que aqueles que não são capazes de fazer uma coisa banal e sem custo como separar o lixo são retardados mentais e não merecem nem mesmo o termo adequado àqueles que não compreendem a realidade por outras circunstâncias. São retardados mentais porque escolheram estar alheios à realidade.

Londrina e Curitiba se orgulham de reciclar mais lixo, em termos absolutos, que São Paulo. Na cidade que é mais desvairada que pauliceia, somente 1% do lixo é reciclado e, mesmo assim, 35% do reciclado é mandado para o lixão porque a prefeitura da cidade mais industrializada do país não é capaz de encontrar interessados no material. Gilberto Kassab neste aspecto reeditou Paulo Maluf, que mandava os caminhões de reciclagem direto para o lixão.

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O recorde nacional de Londrina e Curitiba deve mesmo ser comemorado porque é resultado de muito trabalho, mas não deve servir para nos confundir. Ambas cidades possuem três quartos de retardados mentais.