A capacidade que as pessoas têm de prestar atenção e gastar seu tempo com coisas menores e/ou inúteis tende ao infinito. As redes sociais são uma das provas modernas disso: perde-se uma quantidade imensurável de tempo olhando-se postagens de outros e comentando-se sobre textos e temas que não adicionam nem um centavo sequer ao bolso de ninguém (exceto dos CEOs dessas redes), muito menos um pensamento ou um conceito que valha a pena ser guardado na memória.
Esse tipo de comportamento não é exclusividade da era atual. Revistas e jornais de fofocas existem há bastante tempo, e a curiosidade sobre a vida dos outros faz parte da vida em sociedade desde que se tem registro histórico dela. Muitos dirão que, apesar da imbecilização que isso pode causar nas pessoas, agir assim é algo que traz prejuízos ou atrasos somente para a pessoa que o faz. Eu até poderia concordar com isso, não fosse um aspecto pernicioso desse foco nas coisas inúteis: o seu uso intencionalmente maldoso pela imprensa, especialmente pela imprensa esquerdista.
O jornalismo que vive de fofocas e inutilidades só consegue sobreviver porque é muito bem alimentado
Nos últimos dias, vi dois exemplos de como um jornalista é capaz de usar banalidades e fatos de menor importância relativa para dar força à sua pauta ideológica. O primeiro caso foi o da primeira-dama Marcela Temer. Reportagens dos maiores portais de notícias do país insistiram em noticiar que Marcela usava um vestido de R$ 1.689 em seu discurso para o lançamento do programa Criança Feliz, como se isso fosse o maior pecado cometido por uma mulher desde que Eva comeu aquela maldita maçã. Ora, seu marido, Michel Temer, tem um patrimônio declarado de R$ 7,5 milhões, mais do que suficiente para comprar vestidos desse preço. Aliás, qualquer terno de preço mediano custa mais que o vestido de Marcela. Ou seja, esses jornalistas que costumam ser tão engajados em denunciar o machismo da sociedade brasileira – seja lá o que eles entendam por isso – ficam calados sobre os ternos Ermenegildo Zegna que muitos políticos usam, mas apontam o dedo para a primeira-dama e seu vestido que custa menos que um iPhone. Parece óbvio que, por trás dessa perseguição disfarçada de indignação, a real motivação desses “jornalistas” seja destruir a imagem da primeira-dama que, por sua beleza, juventude e feminilidade, deixa indignada aquela parcela majoritária da esquerda que tem aversão a tudo o que é bonito e tradicional, e a toda mulher que não seja feia, descabelada e com muitos pelos debaixo dos braços.
O segundo exemplo foi na mídia americana, em ataques ao presidenciável republicano. Mesmo diante de uma candidata como Hillary Clinton, que acumula em sua carreira episódios como a defesa imoral de um estuprador de adolescentes e o casamento com um predador sexual do quilate de Bill Clinton, todos os jornalistas da esquerda americana (além de vários da direita) resolveram achincalhar Donald Trump por causa de um vídeo onde ele fala bobagens de cunho sexual, daquelas que todo homem já ouviu um dia numa mesa de bar ou num vestiário de academia. Com a conivência dos idiotas úteis, que propagam essas reportagens e dão audiência a esses pseudojornalistas, a fala de Trump ganhou proporções totalmente descabidas, e a estratégia por trás disso é tão clara que eu, pessoalmente, não consigo entender como alguém não consiga enxergar: Hillary tem tantos escândalos e episódios moral e criminalmente reprováveis que somente o desvio da atenção de todos é capaz de dar algum espaço de manobra para sua campanha. Ela discursa ao lado do marido, que a traiu com uma estagiária e que é acusado de molestar sexualmente diversas mulheres, no maior show de hipocrisia deste nosso planeta azul. Quem inventou o ditado “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” não imaginava que algo assim um dia existiria. Se a imprensa americana desse a mesma atenção aos escândalos de Hillary, ela já estaria na cadeia há muito tempo.
E o cidadão comum, que culpa tem nisso tudo? Bem, toda vez que ele replica um conteúdo podre desses ou que dá audiência para essa parte suja da imprensa, ajuda a disseminar e a encorajar esse comportamento. O jornalismo que vive de fofocas e inutilidades só consegue sobreviver porque é muito bem alimentado. Está na hora de matar esse pessoal por inanição.
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