Conhecer a origem e o destino dos fluxos de dados é capital para a informática. Analistas e programadores sempre estão às voltas com o “de → para” e todas as intercorrências e decorrências desse trânsito. De onde para onde, como, por que, quando, quem e o quê são indagações balizadoras de qualquer sistema que comporte mobilidade de seus componentes. Às migrações de pessoas são aplicáveis idênticos questionamentos caso haja intenção de compreender os acontecimentos e não apenas quedar bestializado por emoções de piedade ou ódio.
Nordestinos migraram para o Sul; gaúchos, para o Centro-Oeste. Milhões de muçulmanos indianos participaram do êxodo que deu origem ao Paquistão em 1947. Stalin, Mao e Pol Pot forçaram populações a mudar para outras áreas. No curso do século 19, 60 milhões de europeus emigraram para as Américas. Hoje milhões de sírios e iraquianos tentam se instalar na Europa. Tragédias e dramas são inseparáveis dessas grandes movimentações. Os tubarões do Caribe devoraram muitos cubanos que fugiam para os Estados Unidos nos anos 80. Fidel debochou das vítimas.
Na hora de pensar para onde ir, todos miram o capitalismo e a democracia. Inexiste fuga para a Coreia do Norte, Zimbábue, Venezuela
De onde para onde há migrações em grande escala? A decisão de abandonar o torrão natal é dolorosa. Portanto, as condições de vida devem estar muito ruins a ponto de tornar suportável a dor do desterro. Ninguém procura destino semelhante ao local que está sendo abandonado. Mas há poucos paraísos na Terra e, curiosamente, nenhum deles é socialista/ditatorial. Na hora de pensar para onde ir, todos miram o capitalismo e a democracia.
As fugas são de lugar ruim para bom, na perspectiva dos que fogem. Inexiste fuga para a Coreia do Norte, Zimbábue, Venezuela. Haitianos não vão para Cuba. Por quê? A dinastia Castro, há cinco décadas no poder, não fez o paraíso que atrairia multidões?
Ao examinar de onde para onde, toca-se na causa das multidões em êxodo. As pessoas saem de locais onde houve degradação ambiental, guerra, genocídio, pobreza insuperável, sufocamento político. A Revolução Industrial provocou a fuga de agricultores europeus para os vazios americanos. A violência de matiz marxista jogou milhões de um lado para outro como números numa planilha dos burocratas do governo. As querelas religiosas também geraram deslocamentos forçados. Mais recentemente, o aprofundamento da pobreza de várias ex-colônias na África provocou mobilizações rumo às metrópoles.
Há mais de 300 anos o modo de praticar o cristianismo deixou de gerar migrações massivas. A maneira de praticar o Islã é a causa da atual expulsão de populações inteiras da Síria e Iraque. Porém não existem campos ermos para refúgio. O mundo está inteiro ocupado e, às vezes, por gente hostil da mesma religião. O refugiado tem de passar pelo crivo de quem o hospeda.
Se os refugiados não se aculturarem à Europa, provocando deseuropeização, reduzirão as áreas receptivas, amigáveis. O mesmo raciocínio vale para a América, Europa em outro endereço. O lugar de destino deve ser melhor que o da origem. Se as tensas práticas religiosas que causaram a fuga do Oriente Médio forem cultivadas na Alemanha, degradando as liberdades, onde haverá oásis?
Se de = para, o mundo inteiro será intolerante.
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