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Com roteiros interessantíssimos, que retratam sem pieguice os principais dramas da existência humana, diversas séries de TV das últimas duas décadas ofereceram ao público muito mais que entretenimento barato (hi five para os Breaking Bad lovers!). Os roteiros amadureceram, as produções estão cada vez mais elaboradas (caso dos épicos Game of Thrones e Marco Polo), e o resultado, em muitos casos, é digno da Sétima Arte. Roteiristas com bagagem literária e experiência como escritores de romances têm feito a diferença. É o caso de True Detective e de Downton Abbey, comentadas neste artigo pelo crítico literário Martim Vasques da Cunha. Ambas as séries mostram personagens diante de encruzilhadas morais, sem perder de perder de vista que bem e mal, por mais sutis e de difícil apreensão que sejam, não são conceitos relativos: têm existência objetiva, como resultado de nossas ações, e até mesmo estão encarnados em forças reais – angélicas e demoníacas – que, na batalha pelas almas, influenciam nossa conduta. São séries tão válidas quanto clássicos da literatura.

As verdades esquecidas de Theodore Dalrymple

Eliana de Castro recomenda a biografia de Theodore Dalrymple, do historiador Maurício G. Righi. Quanto mais ampla e abrangente é a consciência que um indivíduo tem de si mesmo e do mundo que o cerca, mais sábio ele será. Dalrymple é um dos homens sábios do nosso tempo. Com o humor sarcástico típico dos ingleses, e partindo das experiências – suas e de pacientes – que colecionou ao longo dos anos, mostra o processo de neurotização e decadência do mundo moderno.

Dalrymple fala sobre a maldade

As reflexões de Dalrymple – como disse, partindo da vasta experiência que teve como psiquiatra, que por longos anos atendeu em presídios da Inglaterra – chegam à metafísica do mal. E sua resposta não é simplista – tampouco relativista – e detecta a raiz de nossas más inclinações. João Pereira Coutinho comenta a obra “Qualquer coisa serve” do autor.

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