A princípio, artistas talentosos devem ser aplaudidos por sua arte. Quando desembestam a falar de política, religião, ou qualquer trend topic, há que se perguntar se quem fala dedicou tanto tempo àquele assunto quanto o tempo dedicado a sua formação como artista, para que possamos, assim, mensurar a credibilidade de sua opinião. Não parece óbvio? Artistas integram o que comumente chamamos de “formadores de opinião” só porque seu público, aqueles que os admiram, dão ouvidos ao que dizem, e não porque sejam uma casta de iluminados que entendem de tudo um pouco. Rodrigo da Silva comenta o pretenso messianismo da classe artística.
Perseguido pelo politicamente correto
O ainda nem empossado presidente Donald Trump causa mais revolta na esquerda (toda ela, a caviar, a universitária, a “do bem”, a “revolts”) do que qualquer outro presidente republicano dos últimos séculos. Por quê? Ele desafia o valor supremo da esquerda dos dias atuais: o politicamente correto. Depois do discurso de Meryl Streep na cerimônia do Golden Globe, mais um vídeo mimimi foi lançado recentemente com artistas cantando “I Will survive”, em menção ao governo Trump (que ainda não começou, vamos repetir!). Trump não perseguiu ninguém, não disse que iria fazê-lo, e de mais polêmico só disse que iria deportar imigrantes ilegais (estrangeiros em Hollywood, vocês estão a salvo!) e impedir a entrada de muçulmanos no país, sobre o que já mudou de idéia. Em compensação, movimentos organizaram-se para tentar impedir que ele tomasse posse no próximo dia 20, boatos que comprometeriam a legitimidade da sua presidência foram espalhados como verdade líquida e certa pela mídia, protestos sem fim contra – ele – e não contra nada em sua gestão inexistente, pululam em todo o lado para fabricar o clima de instabilidade política. “Not my president” não significa “você é um mal presidente”, mas “você é um presidente mau”, ou melhor: “eu não vou com a sua cara, Trump”. Pois é, só que muita gente discorda disso. O suficiente para elegê-lo. Que tal deixar o homem primeiro mostrar a que veio? Lucas Berlanza explica qual é o problema inerente a esse ódio mal explicado a Trump e a tudo o que é “tradicional-patriarcal-heteronormativo-cristão-etc”.
Quero ser coitadinha em Hollywood
Enquanto o povo que elegeu Donald Trump aguarda ansioso pela reconstrução dos EUA – o povo que paga as contas, que vê os filhos voltando da escola com umas ideias estranhas, que vê os veteranos de guerra sendo tratados com descaso, e mais uma série de problemas –, intelectuais encastelados em universidades e artistas famosos do showbiz prestam culto a tudo o que não representa os valores desse povo e caçoam dele quando desmerecem sua inteligência por terem elegido Trump e por eles – a esquerda chique – agir como se fossem vítimas da sociedade. Vejamos o comentário de Flávio Morgenstern sobre o discurso de Meryl Streep.
Dalrymple sobre o vitimismo
O psquiatra Theodore Dalrymple falou, no Roda Viva, sobre o poder do ressentimento na vitimização perpétua a que os sujeitos se submetem voluntariamente.
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