Enquanto a carne deles é fraca, a nossa é que padece: não dá para saber o quanto de carne podre, e acrescida de ingredientes, por assim dizer, “exóticos”, já ingerimos nessa vida, e o quanto nossa saúde pode ter sido debilitada por isso. Só sei que o churrascão do final de semana nunca mais será o mesmo: a dúvida está plantada. Já temos paranoias suficientes com alimentação nos dias de hoje, não precisávamos de mais essa. E o pior de tudo não é nem o podre da carne, mas o podre da conduta de tais frigoríficos e fiscais agropecuários, que só contribuíram para que os brasileiros, mais uma vez, reforcem sua percepção de que não é possível confiar em ninguém nesse pais. Ora, se aqui reina a desconfiança, dá para entender por que quem faz as coisas direito é visto como “otário” no Brasil. Adolfo Sachsida explica a gravidade da situação.
O louco amor pelo Estado
A Lava Jato está a pleno vapor, mas não estamos nem perto de terminar de limpar a sujeira que os últimos governos deixaram. A Operação Carne Fraca está aí para provar que até agora só varremos um cômodo de um palácio gigantesco. É claro que havia corrupção no Brasil antes da redemocratização, mas comparemos: nenhum militar que ocupou o alto escalão do governo terminou seu mandato como um milionário. A principal culpa dos militares pelo avanço da corrupção é terem criado muitas estatais, e terem aumentado consideravelmente o tamanho da máquina pública. E por que isso é um problema? Se você se pergunta isso, sua ficha ainda não caiu. Parafraseando Bruno Garschagen, de nada adianta odiar os políticos e continuar amando o Estado – seguir acreditando que se você reclamar bastante, ele “vai mudar”. O Estado é pior que homem safado. Desista. Leandro Roque explica por que as agências reguladoras e demais órgãos de fiscalização são antros de corrupção.
Sanha regulatória é fome de propina
Como lutar contra a corrupção sem lutar contra o Estado, ou, melhor dizendo, contra o gigantismo do Estado? João Luiz Mauad explica o que dizem os teóricos da Escolha Pública sobre as consequências do monopólio regulatório estatal.
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