| Foto: Recuedos de Pandora/Flickr

Psicopatas não têm o monopólio da maldade, ainda que suas ações costumem ser retumbantemente chocantes. Gente como eu e você pratica atos de impiedade corriqueiramente, com maior ou menor grau de gravidade e de consciência a respeito; claro, nada que se compare a petrolões, estupros, genocídios etc. Graças a Deus, que bom que essas coisas ainda nos chocam. Mas é bom lembrar que a raiz da iniquidade parte do egoísmo, da falta de caridade com o próximo, ou ainda da dessensibilização para o sofrimento alheio (não gosto muito dessa expressão porque dá margem ao entendimento de que adultos que fazem demandas excessivas deveriam ter seus sentimentos elevados ao patamar dos direitos, o que não devia acontecer). Ou seja, a maldade não precisa se apresentar seguida de uma risada diabólica. As pessoas comuns fazem coisas ruins porque perderam em algum nível a conexão com quem padece por suas atitudes. O coração se endurece aos poucos conforme se habitua a um ambiente de maldade e é assessorado por uma imaginação moral torpe. Olhando para o Brasil de hoje, vejo que de todas as crises que nos assolam, a maior é a moral. Mario Guerreiro, recordando as reflexões da filósofa judia Hannah Arendt a propósito do julgamento do criminoso nazista Adolf Eichmann, que organizava o transporte dos judeus para os campos de concentração, comenta o fenômeno da banalização do mal.

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Histeria politicamente correta

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Agora, prestemos atenção no outro lado da moeda. Já repararam como as pessoas mais auto envolvidas são as que mais estridentemente reclamam? Convenhamos que, nesses casos, há que se questionar o conteúdo das queixas. É curioso, para dizer o mínimo, que justamente nessa época em batemos recorde nos índices de corrupção, homicídios, violência doméstica, estupros e crimes diversos, vejamos a ascensão da moral politicamente correta, que policia até a mera discordância de opinião em detalhes tão ridículos como os pronomes de tratamento. É evidente que se trata de um caso de histeria em massa. Rodrigo da Silva traz 7 casos recentes em que o politicamente correto cruzou a linha do tolerável.

A primazia da consciência individual

Fabio Blanco argumenta que – a despeito do apelo que grupos, coletivos, movimentos de massa possam exercer, em parte pelo prazer do sentimento de pertença – nada substitui a sinceridade de uma consciência que presta atenção em suas próprias intuições.

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