Perante os olhos do mundo, Lula de fato mudou bastante ao longo dos anos: mudou as alianças, o discurso, até o guarda-roupa. Todas mudanças circunstanciais. Nada disso significou uma metamorfose de personalidade, por algum tipo de mudança de convicções. Lula não é exatamente um homem de convicções; o que ele possui, com certeza, é um apurado senso de oportunidade e um megalômano desejo de poder. É por conta precisamente dessas características que ele se encontrou tão bem na esquerda. Do ponto de vista doutrinal, é característico da esquerda o modo dialético de pensar: estão sempre se opondo a algo, contra “forças opressoras” que precisam de tempo em tempo reinventar, porque o que os movimenta é a cenoura pendurada na frente do burro, a justiça social nunca alcançada. Do ponto de vista prático, o objetivo que estão sempre perseguindo – e concretizando – é o acúmulo de poder, sob a justificativa de que não há outro modo de executar planos tão ambiciosos de mudança na sociedade, ou que estão reagindo à tentativa dos maus de derrubá-los, e coisas desse gênero. Por sua vez, os intelectuais esquerdistas encontraram em Lula alguém que reunia tudo o que precisavam: um operário – nada mais icônico para a esquerda do que isso – com aptidão para líder carismático, um bom articulador político, e disposto a fazer “tudo pela causa”. Lula e intelectuais de esquerda eram a fome e a vontade de comer. Fernando Schüler conta a trajetória de Lula, dividindo-a em quatro grandes blocos: o sindicalista, o político da oposição, o político do stablishment, o penta-réu na Lava Jato.
Ele sempre foi assim
Lula não é um político honesto que se corrompeu ao chegar ao poder. Ao contrário, ele ascendeu na política porque sempre soube jogar sujo. Nas eleições em 1989, durante um debate presidencial, Ronaldo Caiado afirmou, com base numa denúncia d’O Globo, que o PT extorquira empresários paulistas – fato recentemente confirmado por Emílio Odebrecht. Vejamos o comentário de Arthur Dutra.
Al Capone brasileiro
Paulo Briguet compara Lula ao famoso mafioso americano Al Capone. Será que o petista também será preso por um crime menor – considerando todo seu histórico de malfeitos?
Lula surreal
Felippe Hermes listou alguns dos momentos memoráveis do interrogatório de Lula no último dia 10. Se depois de um ano de governo Temer você também já tinha esquecido a quantidade de pérolas de humor involuntário e de incoerências que os presidentes petistas são capazes de produzir, esse interrogatório nos faz recordar os anos de ouro do PT, de inúmeros pronunciamentos públicos vergonhosos.
