Os jovens costumam ser celebrados como aqueles que não se contaminam pelo cinismo ou pela covardia dos conformistas. Em algum sentido, pode ser. Mas quando a cultura passa a exaltar, via formadores de opinião, o “espírito crítico” daqueles que são, na prática, revolucionários em formação – aqueles seres iluminados que vão reinventar as regras do jogo estabelecidas pelos adultos, ou pela própria natureza das coisas, fazendo do mundo um lugar melhor –, um defeito característico da adolescência (e convenhamos que essa fase da vida nunca é superada por alguns) é ocultado: o espírito de rebanho. É por isso que as opiniões de jovens a respeito de temas distantes de seu ainda parco horizonte de consciência não devem ser levadas a sério. Simples assim. Olavo de Carvalho, em artigo de 1998 para o Jornal da Tarde, que ontem foi tão pertinentemente resgatado pelo site Reaçonaria, descreve o mecanismo psicológico da rebeldia juvenil, que acaba recebendo o afago paternal de quem deveria se impor com a autoridade que lhe é cabível.
“Mamãe Falei” em Londrina
As aventuras de Arthur Do Val, do canal do Youtube “Mamãe, Falei”, por escolas ocupadas, chegaram até Londrina. Mas, dessa vez, ele mal pode sacar seu arsenal de perguntas inconvenientes (para quem não sabe o que responder), pois passou a maior parte do tempo tentando driblar o bloqueio dos conselheiros tutelares que lá estavam! Aliás, até os pais dos alunos eram impedidos de entrar na escola. É isso mesmo! Os pais dos alunos não podiam conferir o que estava acontecendo na escola de seus filhos, tudo sob a aquiescência e guarda do Conselho Tutelar! E alguém ainda duvida de que o Estado tem a pretensão de ter mais autoridade do que pai e mãe sobre seus filhos? Para nosso lamento, um ato bárbaro já aconteceu: ontem, um jovem de 16 anos foi morto a facadas dentro de uma escola ocupada em Curitiba. Se as autoridades estão encarando esse episódio das ocupações como fanfarronice ou até mesmo como direito dos adolescentes, sua “autoridade” é meramente formal. Paulo Briguet traz, em artigo, o vídeo de Do Val e comenta a tristeza do descaminho desses jovens, coisa que chegou ao ponto da tragédia.
Caso Unicentro
Há também universidades ocupadas, e no caso da Unicentro, de Guarapuava, estudantes contrários às invasões conseguiram bons resultados adotando a via da negociação. Vale a pena conferir o relato de Priscila Contim, que escreveu para o Instituto Liberal.
#Ocupaçãonãomerepresenta
Alguns alunos secundaristas discursaram contra os alunos que ocuparam a escola onde estudam, repudiando esse método de manifestação e dando um basta na narrativa que faz crer que a minoria é maioria só porque faz muito barulho.
Bastidores
Edgar Hampf mostra a ideologização claríssima e retumbante do movimento de ocupação das escolas e universidades contra a PEC do teto de gastos e contra a MP de reforma do ensino médio.
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