Steve Horwitz e Julian Adorney desmistificam a ideia de que a atuação dos movimentos sindicais foi fundamental para a “humanização do capitalismo”, ou seja, para a redução da jornada de trabalho, para a abolição do trabalho infantil etc. Eles citam pesquisas de historiadores que revelam que é do próprio capitalismo o mérito por tornar as condições de trabalho – e de vida, de um modo geral – mais confortáveis. O sucesso das empresas depende em vasta medida do crescimento do mercado consumidor. No sistema capitalista, é fundamental que todos os estratos sociais prosperem. Os próprios empresários foram se dando conta disso. Não à toa, Henry Ford foi o primeiro a investir na redução da jornada de trabalho para oito horas diárias, muito antes de haver disposição legal nesse sentido, porque ele acreditava que os trabalhadores precisavam, além de boa remuneração, de tempo livre para desfrutar de mais bens de consumo. Mas isso só foi possível porque antes ele revolucionou os padrões de produtividade até então conhecidos com a tão criticada automação do trabalho. A lógica é simples: aumentar a produtividade de uma empresa gera riquezas em escala. Quando hoje vemos empresas gigantes e extremamente lucrativas, como o Google, que adotam um modelo de trabalho bastante heterodoxo (sem bater ponto e com direito a intervalo para sinuca, pingue-pongue e massagem), entendemos que uma parte importante para o sucesso empresarial é a satisfação do empregado. Porém, quem trabalha no Google? Só profissionais de alto desempenho. Prova de que mérito, produtividade, riqueza e bem-estar caminham juntos.
John Kekes sobre o “liberalismo”
João Pereira Coutinho recorda a visão de John Kekes acerca do “liberalismo” – não aquela corrente de pensamento de Mises, Hayek etc., mas no sentido que os americanos emprestaram ao termo, e que vai na contramão do apregoado pela Escola Austríaca. Temas como justiça, mérito e liberdade são abordados pelo autor sem as amarras da ideologia: uma reflexão genuína acerca da organização social. (site exige cadastro)
Lugares comuns na ciência política
André Andrade reflete sobre conceitos de ciência política que, por terem sido cunhados menos por sua capacidade descritiva e mais por uma finalidade retórica, se transformaram em fetiches verbais e acabam por arrastar qualquer discussão para longe do objeto analisado: seria o caso de “direitos humanos” e “Estado de Direito”.
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