Habituados que estamos com os graves e crônicos problemas da imensa maioria das escolas públicas – violência, falta de estrutura, baixo nível de exigência dos alunos –, muitas vezes somos condescendentes com as escolas particulares, que costumam fornecer um ensino de melhor qualidade e um ambiente social menos problemático. Porém, o que se tem visto é que essa diferença entre as escolas públicas e particulares tem diminuído. Isso deve-se a uma porção de fatores, que incluem a política de não reprovação, que também passou a ser adotada pelas particulares; o ensino ideologizado, que privilegia a tal “formação cidadã” em detrimento do ensino de conteúdos tradicionais de língua, matemática, história etc; a queda na qualidade do professorado, que está ligada aos problemas dos cursos de licenciatura e Pedagogia, que admitem o ingresso de alunos nem sempre estudiosos, já que as notas de corte no vestibular são baixas – o que, por sua vez, tem relação com a pouca atratividade da profissão de professor, que sabidamente é mal remunerada. Só lembramos da situação periclitante em que se encontram as escolas privadas brasileiras quando temos a oportunidade de compará-las a escolas estrangeiras, públicas e privadas. Quase sempre saímos perdendo. Hoje em dia, ninguém questiona a importância da educação para a sociedade – é promessa de campanha de qualquer político, é a resposta pronta a qualquer problema: “o que falta é educação”. A questão é que nosso país parece ter perdido a capacidade de proporcioná-la, porque ninguém pode dar o que não tem. Diante desse panorama desastroso, muitos pais têm optado por enviar os filhos adolescentes para estudar fora do Brasil. Quem comenta é Ricardo Neves.
Professores ideólogos
Certamente haverá quem alegue que as críticas que muito recentemente têm se erguido contra o professorado – especialmente vindas daquela classe de pais mais zelosa, que confere o que os seus filhos aprendem e se importa que eles sejam bons alunos – são infundadas e injustas. Só há uma forma de refutar tais alegações: fatos. E mais: a compilação desses fatos em dados. Sobre a ideologização do ensino, não bastasse a percepção dos alunos nesse sentido, os próprios professores confirmam que assim o fazem porque consideram que a “formação cidadã” é o principal objetivo da educação. É o que aponta pesquisa com os professores disponível no site do MEC. Gustavo Ioschpe explica, para quem ainda tem dúvidas, esse fenômeno ideológico das nossas escolas, acrescentando o motivo de ele ser tão deletério à inteligência dos estudantes.
Bebês são fofos, os dos outros
Apesar do grande temor quanto ao que pode suceder a Portugal, graças ao baixo índice de natalidade do país, que inclusive elegeu como causa nacional o combate à queda demográfica, as famílias não estão tendo mais filhos por lá. Por quê? A resposta está na cultura ocidental moderna, também presente no Brasil, que promoveu há décadas a inversão da pirâmide demográfica como um avanço civilizacional, pois menos filhos significaria crianças melhor cuidadas e famílias com um maior poder aquisitivo. A lógica por detrás desse raciocínio é que filhos custam caro. Sob o ponto de vista da economia doméstica, isso até pode fazer algum sentido, mas do ponto de vista macroeconômico é evidente que menos pessoas geram menos riqueza, de modo que a longo prazo nenhuma nação se sustenta - não só do ponto de vista econômico, mas também civilizacional. A verdade é que, se houve algo que se proliferou com a política anti-natalista, foi o egoísmo na sociedade. Quem é que vai se dar ao trabalho de criar e custear mais um filho porque a Previdência irá falir? Não é um bom motivo. Por outro lado, se a cultura é de valorização da vida, aí a coisa muda de figura. Alexandre Homem Cristo comenta o caso português.
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