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Giro de Opinião

Tchau, querido

 | Isac Nobrega/Presidência da República
(Foto: Isac Nobrega/Presidência da República)

Andrew Lobaczewski, no livro Ponerologia: psicopatas no poder, defendeu a tese de que o padrão moral da sociedade cai quando esta é governada por homens com sérios desvios de caráter – o que esperar, então, daqueles que também integram os quadros de poder, mesmo que em posições mais modestas, como vice-presidente, deputados, senadores, ministros etc.? De 2003 a 2016, o Brasil esteve nas mãos de sociopatas que transformaram a corrupção (que já era velha conhecida dos políticos) na principal ferramenta de gestão do Estado. Os políticos em atividade (não todos, ressalve-se) submeteram-se às regras do jogo. Anos e anos de habituais acordos espúrios com deputados, empresários e governos estrangeiros – todos se aproveitando da safadeza dos dirigentes da nação – não iriam deixar de existir de um dia para o outro só porque alguns estão sendo processados e condenados. A máquina da corrupção tornou-se monstruosa e, por isso mesmo, irrefreável. Ou quase irrefreável. A Lava Jato realmente porta-se, nessa conjuntura, como Davi diante de Golias, e sabemos quem venceu a batalha. Pois bem, Michel Temer foi pego dando aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha. O atual presidente pode ser um diabrete perto de Lula, cujos planos assombrosos para o país fariam do Brasil uma Venezuela; porém, não há perspectiva alguma de construirmos uma nova cultura política sem expurgar da vida pública esses tipinhos mesquinhos e enganadores. Precisamos construir uma “sociedade de confiança”, nos moldes do que ensinava Alain Peyrefitte. E, no atual estado de coisas, a medida número 1 para fazer isso é combater a impunidade. É realmente lamentável que Temer tenha jogado no lixo uma oportunidade de ouro de ser o estadista de que o Brasil precisava. Mas a verdade é que seus delitos nem chegam a surpreender – afinal, ele era o vice da Dilma. Tchau, querido. Ivanildo Terceiro elenca quatro razões pelas quais não vale a pena salvar esse governo.

Uns e outros

Como dois e dois são quatro, era certo que o PT, partido que mais foi lesado pelos escândalos revelados na Lava Jato, tentaria capitalizar em cima da notícia de que Michel Temer e Aécio Neves mijaram fora do penico. Faz de conta que eles não têm teto de vidro. Tirando a militância petista, a população não cai mais no conto do “PT, partido da ética”. Porém, o que preocupa é que comprem a narrativa de que, na política, “são todos iguais”. Não são. Há os gatos pingados que corajosamente nadam contra a corrente. E, mesmo entre aqueles que já se beneficiaram de vantagens indevidas, uns e outros não cabem na mesma palavra “corrupto”. Assim como os esquimós têm umas 20 denominações para tons de branco, no Brasil a corrupção é tão habitual que precisaríamos criar novas expressões que dessem conta de qualificar o fenômeno – sem prejuízo das devidas punições legais, evidentemente. Flavio Morgenstern alerta para o risco de uma leitura reducionista da situação do país – leitura ignorante e particularmente oportuna para Lula e seu bando.

PT em festa

Caros petistas, a prudência recomenda não comemorar nada antes da hora: provavelmente, Temer cairá por conta da delação dos donos da JBS; mas, segundo O Antagonista, Lula e Dilma também foram delatados no mesmo pacote.

Marketing e poder

Rafael Rosset comenta um dos pontos mais significativos da delação de Mônica Moura: a confirmação de um projeto de poder continental levado adiante pelo PT, inteiramente escamoteado por mentiras muito bem elaboradas de um casal prodigioso de marqueteiros.

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