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paulo briguet

Acaba logo, 2015!

Ou 2015 acaba, ou quem acaba é a gente. Poucos irão negar que este ano foi um dos piores de nossas vidas. Na verdade, parece que não foi um ano, mas uma década. Puxando pela memória, só consigo me lembrar de um ano comparativamente tão ruim: 1989, o ano da hiperinflação de Sarney.

Eu estava com 19 anos, havia acabado de entrar na universidade. Lembro-me como se fosse agora que me meu pai me chamou para uma conversa e disse, com emoção na voz: “Filho, vá embora do Brasil. Este país não tem mais jeito”. Meu filho hoje tem apenas 5 anos. Será que vou dizer a mesma coisa para ele daqui a algum tempo?

Imagino como deve ter sido difícil para meu pai dizer aquilo. Tudo que ele mais queria era ter os filhos por perto, mas, diante do caos que se instalava no país, preferia sacrificar essa convivência e sua própria felicidade pessoal. Felizmente, eu não fui embora, mas o país melhorou – graças ao Plano Real.

O ponto luminoso de 2015 foi o dia 15 de março

Em 2015, voltamos ao pesadelo. Tudo que o Brasil conquistou a partir de 1994 foi vampirizado por uma organização criminosa. Inflação, desemprego, fechamento de empresas, violência e empobrecimento são os sintomas da corrupção e da mentira que governam o país.

A doença chamada PT se nega a deixar o poder. O ano termina com o golpe do AI-13, perpetrado pelos juízes da corte suprema. Todos eles – escrevam: todos – terão de prestar conta do que fizeram com o país.

No entanto, mesmo o pior annus horribilis tem os seus pontos luminosos, os seus raios de esperança. Em 1989, a esperança foi a queda do Muro de Berlim, ocorrida em novembro. Eu não sabia disso, consumido que estava pela ilusão socialista e pela campanha de Lula à Presidência. Mas hoje vejo claramente que aquele foi um acontecimento fundamental para o nosso tempo.

O ponto luminoso de 2015 foi o dia 15 de março, quando 2 milhões foram às ruas para expressar o que 90% dos brasileiros querem: Fora Dilma, Fora Lula, Fora PT! Acredito que o 15 de março será considerado, no futuro, como o renascimento do país. Foi o nosso novo Grito da Independência.

Terminei, nestes dias, a leitura do romance autobiográfico Nossos Anos Verde-Oliva, de Roberto Ampuero. O livro relata o terrível período que o ex-militante comunista chileno passou em Cuba, sofrendo todas as provações e misérias do socialismo real. Rezo todos os dias para que não tenhamos de enfrentar um caos semelhante.

Vamos passar por muitas provações em 2016 e talvez em 2017. Mas não há ressurreição sem cruz. Por isso, eu desejo a você que me lê agora o maior presente que Deus pode nos trazer neste Natal: a esperança.

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